ACM Neto adota neutralidade e deixa Bolsonaro sem palanque na Bahia
Após quase perder as eleições no 1º turno para Jerônimo (PT), o ex-prefeito de Salvador teme a rejeição do presidente no estado. Lula teve 69,73% dos votos válidos na Bahia.
Publicado 05/10/2022 18:15 | Editado 06/10/2022 18:09
A eleição para governador na Bahia não foi decidida no 1º turno por 0,55%, na porcentagem dos votos válidos. O candidato do PT, Jerônimo, teve 49,45% (4.019.830 votos) e esteve muito próximo de vencer uma eleição em que ACM Neto (União Brasil), que teve 40,80% (3.316.711 votos), esteve durante todo o período de campanha liderando as pesquisas de intenção de voto.
O quadro se mostra favorável a Jerônimo como sucessor dos governos Rui Costa e Jaques Wagner, pois precisa de uma pequena margem para vencer.
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Do lado de ACM Neto é possível avançar sobre os 9,08% de votos que teve o candidato bolsonarista João Roma (PL). No entanto, a estratégia com apoio formal e Jair Bolsonaro (PL) no palanque é descartada uma vez que Lula (PT) teve 69,73% dos votos válidos na Bahia. O ex-presidente perdeu em apenas dois municípios baianos de um total de 417.
Ou seja, nacionalizar a disputa é ainda pior para ACM Neto dada a popularidade de Lula no estado e a votação expressiva que obteve.
Dessa forma, o candidato do União, que se autodeclarou “pardo” para o TSE e gerou revolta em muitos eleitores, não deve trazer Bolsonaro para o seu palanque para não perder votos. Para a campanha do presidente a situação se apresenta de forma negativa, sendo que ficou com menos 6 milhões de votos do que Lula no 1º turno. Com a Bahia como quarto maior colégio eleitoral do país e com ampla vantagem do Partido dos Trabalhadores, o ideal para Bolsonaro seria ter espaço na disputa de governadores para avançar, mas ACM, que outrora já esteve apoiando o presidente, agora não quer que seja assim.