Haddad no Debate: vou aumentar o poder de compra do paulista

Haddad foi quem melhor apresentou propostas, enquanto os demais ficaram na defensiva. O tucano foi alvo preferencial e Tarcísio recuou diante de acusações a Bolsonaro.

O candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), conseguiu apresentar melhor suas propostas, que os demais candidatos no debate realizado pelo SBT, neste sábado (17). Rodrigo Garcia teve exposta sua trajetória política comprometedora após declarar diversas vezes que não tem padrinho político, ao ser questionado sobre governos rejeitados de que participou.

Haddad reafirmou, durante o debate, que o aumento do salário mínimo para R$ 1.580 e a revisão do confisco da aposentadoria do servidor estadual serão tratados como questões urgentes caso seja eleito governador do Estado.

“Minha obsessão no primeiro ano de governo vai ser aumentar o poder de compra do salário. Inclusive a do servidor público que foi confiscado pelo atual governo. Também vou ampliar o salário mínimo paulista para R$ 1.580, depois de dois anos criminosos de congelamento na gestão de Rodrigo Garcia e João Doria”, afirmou.

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A medida, prosseguiu Haddad, vai ampliar o orçamento das famílias paulistas, além de permitir que paguem suas dívidas e voltem às compras. “É isso que vai fazer a indústria voltar a contratar pessoas. Se ele não tem pra quem vender, ele não tem por que contratar. E o que aconteceu nesse governo foi o achatamento do seu salário. E é por isso que você está tendo tanta dificuldade em sobreviver e alimentar dignamente sua família. Isso tem que ser revertido emergencialmente”.

“O governo de São Paulo congelou por dois anos o salário mínimo durante a pandemia. Mandou uma lei para a Assembleia Legislativa acabando com a CDHU, que trata da moradia popular”, disse Haddad. Não houve reajuste em 2021. Os valores continuaram fixados em R$ 1.163,55 e R$ 1.183,33, determinados em 2020, recebendo reajuste de 10,3% em março de 2022.

Ao longo do debate Garcia ainda foi criticado por Haddad de investir muito pouco, de ter aumentado impostos durante a pandemia, tratar os 28 anos do PSDB no poder como se fossem dele, tendo entrado no partido apenas no ano passado e de esconder sua ligação com governo rejeitados como Celso Pitta, Gilberto Kassab e João Doria.

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O Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é de 4%, a taxa mais alta do País, ao lado de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Questionado sobre corrupção, o ex-prefeito Haddad disse que defende “que todo homem público seja investigado”. “Não tem essa de sigilo de cem anos, não tem essa de esconder patrimônio, tudo tem que ser transparente”, respondeu, citando medidas tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro.

Política para mulheres

Haddad também garantiu que irá repetir no Estado as políticas que atendiam às demandas das mulheres que colocou em prática durante sua gestão como prefeito. “Primeiro lugar a questão da creche. Inaugurei em São Paulo, com apenas quatro anos, 425 mil creches. Mais de 89 mil vagas. A fila está zerada em virtude do trabalho que foi feito”, lembrou.

Caso seja eleito o próximo governador paulista, Haddad acredita que será preciso valorizar a mulher no mercado de trabalho e no mercado educacional. “Nós criamos o maior número de bolsas concedidas pelo PROUNI, SISU, FIES, sem fiador da história do Brasil”.

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“A mulher o representa um contingente enorme nas nossas universidades e com desempenho espetacular. Inclusive respondem por 40% da produção científica brasileira. Meu governo será paritário. Não só a minha vice é uma mulher como o secretariado público será composto de forma paritária”, completou.

Tributos

Quanto ao pacote de maldades do atual governo, que aumentou o ICMS do leite, medicamentos e também de setores como o coureiro, Haddad propôs o congelamento do ICMS para a cesta básica e comentou a situação de cidades como Franca, Jaú e Birigui, que viram empresas deixarem o estado devido à alta taxação.

Franca já foi responsável por 40% pela produção no setor coureiro do país e hoje está em 8% devido ao aumento do ICMS.

A Garcia coube criticar Haddad por derrotas eleitorais anteriores e Tarcísio por ser do Rio de Janeiro e ser apadrinhado por Bolsonaro. Ele tentou se colocar a todo momento apenas como um gestor que cumpre a responsabilidade fiscal, ao justificar os cortes de recursos para a população e a criação de impostos e cobranças previdenciárias. Mas conseguiu intimidar Tarcísio ao falar dos ataques machistas de Bolsonaro e sua campanha a jornalistas e mulheres.

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Tarcísio praticamente se desculpou por fazer um vídeo de apoio ao ex-presidente Fernando Collor, candidato ao governo de Alagoas. Na gravação, explorada pela campanha de Rodrigo, Tarcísio elogia Collor, dizendo que ele é “um dos maiores políticos que já tivemos”. “A gente faz de boa-fé, estava querendo ajudar um candidato que está alinhado com o presidente. Tinha [um risco] e eu não avaliei direito, sem dúvida.”