Desempenho no Sudeste vira trunfo de Lula para vencer no 1º turno

Em São Paulo, domicílio eleitoral de 34,6 milhões de brasileiros, a vantagem de Lula para Bolsonaro dobrou em 14 dias, passando de cinco para dez pontos percentuais.

Lula (ao centro) faz comício em Minas Gerais

Se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotar Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno e se eleger presidente em 2 de outubro, boa parte da vitória se deverá aos eleitores do Sudeste. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (15), o ex-presidente lidera a disputa nos quatro estados da região, que responde por 43% do eleitorado brasileiro.

Nas primeiras semanas da campanha eleitoral, a vantagem de Lula para Bolsonaro no Sudeste vinha caindo. Era de 12 pontos percentuais em 18 de agosto, passou a seis em 1º de setembro e chegou a cinco no último dia 9.

Agora, porém, o ex-presidente voltou a se distanciar: ele aparece com 43% das intenções de voto na região, contra 34% do atual presidente – uma dianteira de novo pontos, muito além da margem de erro. Em números absolutos, Lula tem cerca de 5 milhões de votos a mais do que Bolsonaro no Sudeste, considerando-se uma hipotética abstenção de 20% dos eleitores no primeiro turno.

Em duas semanas, Bolsonaro conseguiu melhorar seus números em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País, onde passou de 30% para 33%. No mesmo período, Lula foi de 47% para 43% no estado. A diferença entre os dois caiu de 17 para dez pontos percentuais.

Só que o ex-presidente reverteu essa perda no Rio de Janeiro e, sobretudo, em São Paulo. Entre os eleitores fluminenses, enquanto Bolsonaro estagnou em 36%, Lula oscilou de 42% para 44%. Embora a variação tenha se dado dentro da margem de erro, foi a primeira vez na campanha que o petista cresceu numericamente no estado.

Já em São Paulo, domicílio eleitoral de 34,6 milhões de brasileiros, a vantagem de Lula para Bolsonaro dobrou em 14 dias, passando de cinco para dez pontos percentuais. O ex-presidente cresceu de 40% para 43%, ao passo que Bolsonaro oscilou de 35% para 33%.

A 16 dias das eleições, o desempenho de Lula no Sudeste pode virar o trunfo para a vitória no primeiro turno. Por isso, a coordenação da campanha vai intensificar as agendas do ex-presidente na região. “O principal desafio é manter a dianteira nesses estados, com prioridade de agenda”, declarou à Folha de S.Paulo o deputado federal José Guimarães (CE), um dos coordenadores do comitê de Lula. “É hora de apertar! A militância deve ir para as ruas, esquinas, defender o voto no 13.”

Outro integrante da coordenação da campanha, falando em off para o jornalista Valdo Cruz, da GloboNews, foi ainda mais específico: “A movimentação eleitoral de São Paulo irá definir se haverá ou não segundo turno”. No estado, a campanha de Lula ainda é beneficiada pela boa performance de Fernando Haddad (PT), líder isolado na disputa ao governo paulista.

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