Bolsonaro cria site com fake news sobre Lula; ex-presidente aciona TSE

Há 20 dias das eleições, ofensiva do “gabinete do ódio” bolsonarista contra Lula (PT) teve anúncio pago pela campanha do presidente

Lula entra com ação no TSE para retirada do site de propaganda negativa criado por campanha de Bolsonaro | Foto: Ricardo Stuckert

A campanha do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), “criou e impulsionou” no Google o “Lulaflix”, um site carregado de desinformações, informações fora de contexto, conteúdos negativos e mentirosos contra o ex-presidente Lula (PT), seu rival na disputa eleitoral. A prática é vedada pela legislação eleitoral.

Segundo apuração feita pela Folha de S. Paulo, a página foi criada em 30 de agosto e seu domínio “está registrado no CNPJ da campanha de reeleição de Bolsonaro”. A página também não foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como pertencente à equipe do presidente.

Campanha de Lula vai à justiça

Com conhecimento do caso, a Coligação Brasil da Esperança recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (13) pedindo “o fim do impulsionamento da página e a aplicação de multa máxima”, além da suspensão do site Lulaflix.

A defesa do ex-presidente alega que o adversário infringiu a lei ao impulsionar propaganda negativa contra o petista e ao não informar a página em ao TSE. Além disso o impulsionamento não é identificado como propaganda eleitoral, o que também fere a legislação, segundo os advogados da campanha.

Infringindo a Legislação Eleitoral

Especialistas consultados pela Folha, afirmaram que o impulsionamento de propaganda negativa contra outras candidaturas fere as regras eleitorais em ao menos 3 pontos.

O artigo 57 da Lei eleitoral constitui crime a “contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato”.

A lei também configura como irregular a realização de propaganda na internet “atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação.” Um outro trecho afirma que é proibida a veiculação de conteúdo “com a intenção de falsear identidade”.

Somente a promoção de conteúdos positivos sobre as campanhas dos próprios candidatos – vedado o impulsionamento de informações negativas contra adversários – é permitido pela legislação.

O valor pago pela campanha de Bolsonaro ao Google para promover uma publicação do Lulaflix com o título “Dossiê sobre a vida do Lula” gira em torno de 10 e 15 mil reais e seu conteúdo foi exibido entre 30 e 35 mil vezes na plataforma.

Fake News

Entre as várias fake News compartilhadas pela máquina bolsonarista, está uma que busca vincular o ex-presidente ao PCC. No início do mês de setembro, Plenário do TSE determinou, por maioria (seis votos a um), que Bolsonaro removesse as postagens no Twitter que associavam o ex-presidente Lula e o PT à organização criminosa. A Corte aplicou multa de R$ 5 mil a Bolsonaro pelas publicações.

“A bem da verdade, todas as publicações do site, sem exceção, realizam propaganda negativa contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O conteúdo de cada uma das postagens na página impulsionada pelos adversários diretos do candidato da Coligação Brasil da Esperança é movido pelo estratagema de distorcer eventos ou descontextualizar informações para sustentar críticas infundadas ao ex-presidente Lula”, afirmam os advogados da Coligação Brasil da Esperança, na ação.

A Coligação Brasil da Esperança, que tem como candidato o ex-presidente Lula, é formada pelos partidos PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.

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Com informações de agências

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