Lula quer mutirão para recuperar educação prejudicada pela pandemia
Em ato público no Pará, ex-presidente disse que não pode errar e que precisa fazer mais. Ele defendeu parceria com prefeitos, governadores e educadores para acabar com evasão escolar.
Publicado 02/09/2022 08:00 | Editado 02/09/2022 08:42
Em discurso durante ato público na noite desta quinta-feira (1), em Belém (PA), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou das crianças e adolescentes que foram prejudicados com a falta de escola na pandemia. Educadores avaliam uma perda de anos de progressão desses estudantes que tiveram dificuldades com o ensino remoto ou evadiram de seus cursos.
Ele lamentou retrocessos do país, como a volta da fome, e lembrou feitos de seu governo, que fez a maior inclusão social da história do Brasil. O ex-presidente destacou algumas ações fundamentais em um eventual novo governo, como geração e emprego, investimento em saúde e educação e retorno de programas como o Minha Casa Minha Vida e Luz para Todos. Lula também afirmou ser importante buscar meios de recuperar o atraso de crianças e adolescentes prejudicadas no desenvolvimento escolar durante a pandemia.
“Como é que nós vamos fazer para recuperar a capacidade dessas crianças voltarem a estudar? Como é que a gente vai fazer? Nós vamos fazer um mutirão, uma parceria com prefeitos, com educadores, com governadores para que a gente possa fazer esse país ser um país decente, um país digno, um país respeitado”, enfatizou.
O ex-presidente disse ser fundamental o envolvimento de todos na caminhada rumo a um novo mandato disse que a palavra correta para um presidente não é governar, mas cuidar do povo brasileiro.
“Eu quero cuidar das mulheres e dos homens nesse país. Eu quero cuidar, eu quero ter o prazer de ver as crianças irem para a escola com uma roupinha limpa, com uma roupinha nova, bem calçada. Eu quero ver as crianças irem para a escola comendo de manhã na sua casa. Não precisa ter comida na escola, porque vai ter na casa do trabalhador a comida para dar para o seu filho”, disse, acrescentando que a merenda escolar será de qualidade, com as prefeituras comprando 30% da agricultura familiar, como acontecia quando ele estava na Presidência.
Lula ressaltou que é obrigação do Estado garantir que as pessoas tenham dignidade para viver, e disse querer voltar à Presidência para fazer melhor do que fez nos dois primeiros mandatos.
“É obrigação do Estado garantir que as pessoas tenham dignidade para viver. (…) Sou o único candidato que não posso errar. Eu já tenho um legado, e eu quero dizer para vocês: eu estou condenado a fazer mais do que eu fiz. Estou condenado a cuidar mais da educação, estou condenado a cuidar mais da saúde.
Ele disse que não quer ouvir falar em teto de gastos quando for para cortar da saúde e educação. “Teto de gastos foi criado para que cortassem o dinheiro do povo. O meu teto de gastos é a minha responsabilidade. Eles não querem investir na educação porque é gasto, eu vou porque sei que é investimento para o Brasil.”
Fábrica de mentiras
Lula ainda disse que conta com a força de mobilização do povo paraense para essas eleições.
“Quero pedir para vocês: eu, sozinho, não sou nada, mas junto com vocês, nós somos muita coisa. Então eu queria que cada um de vocês se transformasse num Lula a partir de hoje. Faltam 30 dias, cada um de vocês é um Lula. Nós temos que pedir voto no grupo de WhatsApp, no lugar que a gente trabalha, no lugar que a gente estuda, no nosso Twitter, ou seja, naquilo que a gente puder utilizar para conversar a gente tem que pedir voto para a gente derrotar a fábrica de fake news, a fábrica de mentira criada pelo genocida”, declarou.
Em seu discurso, Lula lamentou a maneira como Bolsonaro conduziu a pandemia, e disse que o povo brasileiro tem o direito de ser feliz outra de novo.
“É a única vez no mundo que a gente viu as pessoas morrerem afogadas fora da água, por falta de oxigênio, como ‘ele’ permitiu que acontecesse em Manaus. Então, companheiros, eu já disse uma vez para vocês, o dia que eu não puder fazer as coisas, eu quero falar pela boca de vocês, pensar pela cabeça de vocês, trabalhar pelo braço de vocês e andar pela perna de vocês. E são vocês que vão ajudar a gente ganhar essas eleições, pra gente recuperar o orgulho de ser brasileiro, pra gente voltar a sorrir e pra gente viver dignamente”, completou o ex-presidente.
O ato Vamos Juntos Pelo Pará e Pelo Brasil aconteceu no Espaço Náutico Marine Clube, no bairro do Guamá. Entre os que discursaram, o prefeito Edmilson Rodrigues (Psol); Jane Cabral (MST); Ângela de Jesus (Fetagri); Eliana da Costa (CUT); Kleber Rezende (CTB); Ivo Borges (Força Sindical); Ivan Duarte Pereira (UGT); Nilde Souza (fórum de mulheres da Amazônia); Dandara Oliveira (Rede Afro LGBT); Paulo Afonso (União das Moradias Populares); e professora Zélia Amador.