Assis Melo: derrotar Bolsonaro e abrir caminho à reconstrução do país
O pré-candidato a Câmara dos Deputados foi entrevistado na TV Vermelho e falou sobre as retiradas dos direitos dos trabalhadores. Para ele, só com a derrota do Bolsonaro nas eleições pode abrir caminho para reconstruir o Brasil.
Publicado 05/08/2022 14:09 | Editado 05/08/2022 18:35
Na série de entrevistas que a TV Vermelho está realizando sobre as Eleições 2022, nesta quarta-feira (3) foi exibido o bate-papo com Assis Melo, pré-candidato pelo PCdoB do Rio Grande do Sul a deputado federal.
Atuante no movimento sindical dos metalúrgicos desde os anos de 1980, Assis é presidente (licenciado) da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal) e do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Em 2008, foi o vereador mais votado de Caxias do Sul (RS). E assumiu, como suplente, por duas vezes, o posto de deputado na Câmara.
Em uma dessas ocasiões, em 2017, Assis protagonizou um ato inusitado ao se vestir de metalúrgico, no plenário da Câmara dos Deputados como protesto contra a retirada de direitos dos trabalhadores. Para ele, foi uma forma de se manifestar contra a reforma trabalhista proposta pelo então presidente da República, Michel Temer, que trouxe diversos prejuízos para a população.
“Foi no sentido de protestar e marcar como os trabalhadores se vestem diferentemente dos deputados engravatados. (…) E nós conseguimos naquele momento a demissão do ministro do Trabalho. Mas também, após esse protesto tive que deixar de ser deputado”, contou.
Falou também sobre os retrocessos que implicam perda dos direitos dos trabalhadores e precarização do trabalho, iniciados com as reformas trabalhistas e previdenciária de Temer e se acomodado com o governo atual.
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Assis Melo acha que não será possível mudar ou barrar os retrocessos com Bolsonaro no poder. “Com ele, a própria democracia está ameaçada. Com Bolsonaro na presidência, o Brasil caminha a passos largos, infelizmente, para o grande caos social que já estamos vivenciando. Então, a primeira tarefa é derrotar Bolsonaro. Esse é princípio para começar a abrir caminho para um novo processo civilizatório para o país”, afirmou Assis.
O ex-deputado ressaltou ainda a necessidade de se constituir, com amplas forças, um movimento da sociedade civil para que os trabalhadores voltem a ter seus direitos restabelecidos. Para ele, se o país continuar sendo governado por Bolsonaro, “um fascista, negacionista, um governo antidemocrático”, afirmou, “não haverá boas perspectivas para os trabalhadores do país”.
“É preciso derrota-lo e assim abrir caminho para a reconstrução do país, que valorize o trabalho, valorize os profissionais, de todos os seguimentos, e em especial, o trabalhador do serviço público que trabalha na saúde, na educação, na moradia, entre outros”, disse.
Para ele, o Brasil precisa um Estado forte, indutor da economia, para garantir o bem estar da população. “Para isso, é imprescindível derrotarmos Bolsonaro na eleição de outubro”, ponderou o pré-candidato.
Assis Melo avalia que é preciso aumentar o número de representantes dos trabalhadores no Legislativo. “Mas para isso é necessário que se faça uma conscientização dessa importância de se ter parlamentares que representem diversos segmentos. Precisamos que cada vez mais o povo em geral vá criando consciência de que é necessário ter os seus representantes. Que o trabalhador compreenda a necessidade de ter representantes nas esferas de poder”, comentou.
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Assis Melo lembrou ainda que a maioria do eleitorado no Brasil é da classe trabalhadora e que é preciso fazer esse debate. “Dizer que os trabalhadores precisam se apresentar como candidatos. Nós temos que ter essa premissa. De que é necessário. Por isso, estamos aqui como pré-candidato, porque temos sim compromisso com quem trabalha, com quem produz”.
“Hoje o país precisa do fortalecimento da indústria, do desenvolvimento e para isso, precisamos fortalecer também a legislação trabalhista, a democracia para garantir os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, completou.
Confira a íntegra: