Perpétua Almeida diz que Bolsonaro cometeu crime de traição à pátria
A deputada concedeu entrevista ao Portal Vermelho nas redes sociais no especial sobre as eleições. Criticou o autoritarismo do governo Bolsonaro e falou também sobre a sua pré-candidatura à reeleição.
Publicado 20/07/2022 16:26 | Editado 20/07/2022 18:41
O Portal Vermelho deu início a série de entrevistas em suas redes sociais, nesta terça-feira (19) às 19 horas, sobre as eleições 2022 no programa Vermelho Entrevista. A primeira conversa foi com a deputada federal do PCdoB do Acre, Perpétua Almeida.
Perpétua também é vice-líder da Oposição na Câmara, está no seu quarto mandato como deputada federal, presidiu comissões na Casa, foi líder do PCdoB na Câmara, é uma das parlamentares mais influentes do Congresso (segundo o Diap). Ela já foi vereadora de Rio Branco, é professora, foi presidente do sindicato dos bancários, categoria da qual faz parte. Perpétua é filiada ao PCdoB desde os anos de 1980, dirigente estadual e nacional do Partido. É pré-candidata à reeleição.
Em entrevista à jornalista Eliz Brandão, a deputada classificou como criminoso o ato do presidente da República Jair Bolsonaro de convocar embaixadores estrangeiros para falar sobre as eleições e criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para a deputada, convocar estrangeiros para tratar de sua política interna e criticar as instituições, além de ser gravíssimo é um crime.
“É muito grave que Jair Bolsonaro tenha convocado 70 embaixadores para falar mal das nossas instituições, é um crime de traição à pátria”, afirmou a deputada, recordando que Bolsonaro disse que aos embaixadores que o sistema eleitoral é fraudulento. “Esse sistema que há 25 anos tem funcionado no Brasil”, disse ela.
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Para a deputada, Bolsonaro tenta envolver a comunidade internacional numa grande mentira sobre o sistema eleitoral brasileiro. “Nunca houve nenhum tipo de denúncia ou ação que pudesse mudar ou comprometer o resultado das eleições”, mas, segundo Perpétua, o presidente vem incentivando as pessoas a não duvidarem do sistema eleitoral.
Perpétua acredita que o presidente está com medo de perder a eleição e quer criar um tumulto nas eleições, porque não aceitará o resultado.
A deputada comentou também sobre o ambiente de autoritarismo e de intimidação que veio à tona com a morte do dirigente do PT em Foz de Iguaçu (PR), Marcelo Arruda. “Acabamos de ter um cadáver […] e o presidente apertou aquele gatilho […] incentivou a todo tempo. Nós não podemos deixar de denunciar”, afirmou.
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Sobre a participação dos militares no governo federal, Perpétua lembrou que ela já foi presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) da Câmara (2012). Segundo ela, “ há 10 anos não se discutia o papel das Forças Armadas”.
Para a deputada, a defesa nacional não é assunto que diz respeito às mulheres e homens de farda, mas a todo o país. Ela comentou ainda que desde o início do governo Bolsonaro a opinião pública tem desacreditado nas Forças Armadas do Brasil. “Ele envolve os militares na lambança política que está fazendo no governo”, disse Perpétua.
Fazendo um balanço de sua atuação como parlamentar neste último período, a parlamentar do PCdoB apresentou na Câmara cerca de 122 propostas, foi relatora de nove projetos, indicou recursos de emendas ao Orçamento da União ao seu estado.
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Na entrevista, ela destacou algumas propostas que considera importantes, como a PEC que regulamenta a participação de militares no governo e “outra proposta que salvou vidas nos momentos mais difícil da pandemia, que foi o afastamento das grávidas ou puérperas”.
A deputada destacou ainda o perdão da dívida do Fies como conquista para os estudantes brasileiros no momento de pandemia. Comemorou também a aprovação do Piso salarial da Enfermagem, “uma conquista extraordinária”. E lembrou ainda da conquista do Piso nacional dos agentes comunitários de saúde.
Sobre os recursos que destinou ao Acre, diz que estão sendo encaminhados para a construção de maternidades, apoio à produção agrícola e ribeirinha, ferramentas e transporte para comunidade rural, feirantes. “É um mandato que ajuda as mulheres, a juventude, produtores rurais. Mandato que está muito presente”, acredita.
A pré-candidata contou também como está sendo organizada a sua campanha eleitoral para sair às ruas logo no início do período eleitoral, a partir de 16 de agosto. Comentou que o projeto eleitoral no PCdoB está sendo discutido ainda e nos próximos 10 dias irão definir quem o PCdoB irá apoiar. A Convenção Eleitoral do Acre acontece no próximo dia 30 de julho.
Confira a íntegra da entrevista: