Presidente do TSE rebate mentiras de Bolsonaro ditas a embaixadores
O ministro Edson Fachin disse que o debate eleitoral vem sendo “achatado por narrativas nocivas que tensionam o espaço social, projetando uma teia de rumores descabidos, que buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”
Publicado 19/07/2022 11:24 | Editado 19/07/2022 16:06
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, rebateu as mentiras de Bolsonaro ditas em reunião com embaixadores no Palácio do Alvorada nesta segunda-feira (18). O golpista acusou fraude nas eleições presidenciais de 2018 na qual foi eleito com 55,13% dos votos.
“Tenho centenas de vídeos de eleitores que, ao apertarem meu número nas urnas, aparecia o voto para outro candidato. Ao apertarem o 7, aparecia o 3. Não vi ninguém falando do outro lado. Estou falando antes para que haja tempo de consertar pelo TSE”, afirmou aos diplomatas.
Bolsonaro alegou que o ataque de um suposto hacker teria influenciado no resultado das eleições. Edson fachin foi taxativo ao afirmar que se trata de uma mentira. O ataque, que ainda é investigado, não representou qualquer risco à integridade das eleições presidenciais daquele ano.
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“Até porque o código-fonte dos programas utilizados naquela e em todas as eleições passa por sucessivas verificações e testes”, explicou o ministro. Fachin prosseguiu dizendo que o código-fonte é acessível, todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à Polícia Federal e a diversas outras entidades. “Portanto, dizer-se que um hacker teve acesso ao código-fonte é como arrombar uma porta aberta”, explicou.
Ele destacou também que há dezenas de chaves criptográficas que protegem o sistema eletrônico de votação e que as urnas eletrônicas não se conectam a qualquer rede. Segundo o ministro, esses elementos já afastam qualquer possibilidade de fraude e de manipulação dos votos.
Fachin lembrou ainda que a proposta de retomada do voto impresso foi rejeitada pelo Congresso Nacional no ano passado. O presidente do TSE também desmentiu a afirmação de que o Brasil é o único país do mundo que não adota o voto em cédula em papel.
De acordo com Fachin, o debate eleitoral deste ano vem sendo “achatado por narrativas nocivas que tensionam o espaço social, projetando uma teia de rumores descabidos, que buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”.
A disseminação sistemática de boatos, segundo o presidente do TSE, é feita de propósito para se criar um estado artificial de ânimos na população, que vê o processo democrático, as instituições de Estado e o estado democrático de Direito como inimigos a serem combatidos.
Com informações do TSE