Ato pela paz: família e amigos homenageiam petista morto no Paraná
Em São Paulo, Ato Inter-Religioso será neste sábado
Publicado 15/07/2022 14:54
Familiares e amigos de Marcelo Arruda farão um ato inter-religioso pela paz e em memória do militante petista neste domingo (17), em Foz do Iguaçu (PR). A concentração será na Praça da Paz, às 10 horas.
Além relembrar os sete dias do crime, o ato servirá como um pedido de paz e respeito às posições políticas. Participam familiares, amigos, lideranças religiosas e membros de outros partidos. A organização pede para que os participantes vistam branco.
Guarda municipal, dirigente sindical e tesoureiro do diretório municipal do PT, Arruda foi morto no último sábado (9), durante a festa de seu aniversário de 50 anos. O autor do crime foi o policial penal federal bolsonarista Jorge José Rocha Guaranho, que invadiu o espaço. Antes de atirar, Guaranho gritou diversas vezes “mito” e “aqui é Bolsonaro”. Arruda conseguiu revidar ao ataque e atingiu, em legítima defesa, o policial penal, que está internado em estado grave.
A festa tinha como tema o PT e acontecia em um local fechado, somente para convidados. Mesmo assim, de forma intolerante, Guaranho assassinou o trabalhador, que deixa esposa e quatro filhos. Militante histórico do Partido dos Trabalhadores foi candidato à Prefeitura de Foz do Iguaçu nas eleições 2020.
Nesta sexta-feira (15), de modo escandaloso, a Polícia Civil do Paraná negou que houve motivação política no assassinato. Em entrevista coletiva, responsáveis pela instituição alegaram que Guaranho matou Arruda foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por “motivo torpe” e por causar “perigo comum”.
A manobra já estava prevista diante da pressa para finalizar o inquérito sobre o crime. Não houve reconstituição do crime, e a Polícia sequer esperou pelos resultados de exames que estão sendo feitos no Instituto de Criminalística. A apuração se restringiu, basicamente, a testemunhos.
A família de Marcelo Arruda não passou recibo. “A defesa reafirma que a motivação foi política”, afirmou Ian Martin Vargas, advogado da família. “É contraditório que a investigação aponte motivação política para José Guaranho ir ao local e realizar as ameaças a Marcelo e depois retornar e cometer o assassinato por outra razão.”
Em outros estados, também haverá manifestações contra a violência política e em memória do militante petista. É o caso de São Paulo, que terá Ato Inter-Religioso neste sábado (16), às 10 horas, na Catedral da Sé.