Oposição denuncia caráter eleitoreiro e vota a favor dos R$ 600 de auxílio

No primeiro turno, na noite desta segunda-feira (12), o texto foi aprovado por 393 votos a 14

(Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Os partidos de oposição votaram a favor da chamada PEC do Desespero, mas criticaram duramente o caráter eleitoreiro da proposta que o governo Bolsonaro tenta aprovar, em segundo turno, nesta quarta-feira (13). No primeiro turno, na noite desta terça-feira (12), o texto foi aprovado por 393 votos a 14.

A proposta de emenda à Constituição permite ao governo gastar R$ 41,25 bilhões com benefícios sociais fora do teto de gastos até dezembro. Prestes a ser derrotado no primeiro turno, Bolsonaro tem na medida uma das últimas esperanças de melhorar sua imagem entre os eleitores.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a votação em segundo turno da matéria alegando problemas técnicos no sistema de votação remota. Sob suspeita de interferência, chamou agente da PF para averiguar o problema. A oposição diz que a sessão foi suspensa por que o governo não tinha voto.  

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A sessão foi retomada nesta quarta-feira com o mesmo painel de votação do dia anterior, o que a oposição questiona com base no regimento da Casa. A suspensão da sessão por no máximo uma hora exige que seja aberto outro painel de votação. Caso a oposição não concorde em votar a proposta, o governo ameaça não votar o segundo turno da PEC da Enfermagem

Renildo Calheiros Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

Votação

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros (PE), disse que o partido era a favor de que o dinheiro chegue a população que está com fome, desempregada e desesperada. “Essa PEC de Boca de Urna é o que nós poderíamos chamar de efeito Lula. Como diz a música de Alceu Valença: ‘Tu vens, tu vens, eu já escuto teus sinais. No governo de Lula não serão medidas eleitoreiras, serão medidas permanentes para melhorar a vida do povo”, encaminhou.

O líder da minoria, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), afirmou que os partidos da minoria manteriam sua coerência política e votar a favor do auxílio de R$ 600. “Nós não queríamos que ele fosse até dezembro. Queremos que ele seja permanente. Aliás, defendemos os R$ 600 desde março de 2020, contra este governo e seus aliados, que queriam um auxílio menor”, lembrou.

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