Bolsonaro esconde fome de 33 milhões e a corrupção do seu governo
Ele tentou esconder os desastres e os crimes cometidos por seu governo evocando uma luta do “bem contra o mal”
Publicado 09/07/2022 17:31 | Editado 09/07/2022 17:33
Bolsonaro disse que a Marcha para Jesus, neste sábado (9), em São Paulo, que “problemas todos nós temos por aqui” e que “os materiais são passageiros” e não nos devemos preocupar, enquanto mais de 33 milhões de pessoas estão passando fome todos os dias por conta da política de seu governo.
Ele tentou esconder os desastres e os crimes cometidos por seu governo evocando uma luta do “bem contra o mal”. “Problemas todos nós temos por aqui; os materiais são passageiros, como vocês estão notando nos últimos dias. Os espirituais devemos nos preocupar sim. Só um homem ou uma mulher com liberdade pode viver em felicidade”, falou.
Depois, no palco principal, ele voltou a discursar e mentir, afirmando que seu governo “acabou com a palavra corrupção”. Sim, acabou só com a palavra, porque a corrupção continua correndo solta no seu governo. Ignorou a corrupção do MEC. “Tem uma coisa que nos faz vencer: a consciência tranquila. É o governo que acabou com a palavra corrupção, e sempre digo: se aparecer, ajudaremos a investigar. Isso não é virtude de um governo, é obrigação”, disse.
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Apenas ele e sua base no Congresso impediram a criação da CPI para investigar a corrupção no MEC, jogando-a para depois da eleição. Interferiu na investigação da Polícia Federal, avisando Milton Ribeiro de que estava para acontecer uma operação da polícia. Ver
O delegado da PF Bruno Calandrini, responsável pelo inquérito do MEC e que mandou prender o ex-ministro e seus comparsas, foi transferido de função. Ele saiu do departamento de investigações especiais, onde estava lotado, e foi para o de crimes cibernéticos.
O delegado denunciou em carta a seus colegas que a investigação do MEC, conduzida por ele, estava sofrendo interferência e obstrução direta do Palácio do Planalto.
Também o governo tentou sabotar a CPI da Covid-19 para não investigar a corrupção da compra bilionária de vacinas. Apesar de Bolsonaro, a CPI foi instalada e revelou com detalhes os meandros da compra à base de propina de vacinas, que não se concretizou porque a CPI descobriu e revelou o escândalo.
Segundo a pesquisa da rede Penssan, o país tem, hoje, 33 milhões de pessoas passando fome. Em 2020, eram 19 milhões. O Brasil voltou oficialmente ao Mapa da Fome da ONU. O coordenador do Programa de Alimentos da ONU no Brasil, Daniel Balaban, afirmou que o problema não é só a pandemia, como Bolsonaro insiste, mas é, principalmente, a falta de políticas públicas para o combate à desigualdade e combate à fome.
Além disso, a inflação sob o governo Bolsonaro disparou e chegou a superar os 12%. Em junho, o IPCA estava em 11,73%, que ainda é um número estarrecedor. O preço do litro do leite longa vida aumentou 20,47% em um ano e está, na média, entre R$ 7 e R$ 10. Somente em março, o preço subiu 14%.
Já o litro da gasolina, cujo preço subiu por conta da política de preços que os indicados de Bolsonaro na Petrobrás optaram por praticar, chegou a R$ 7,40. Mas, segundo Bolsonaro, os problemas materiais “são passageiros” e não nos devem causar preocupações. Para ele, sabemos que não causam.
Ainda no discurso feito na Marcha para Jesus 2022, Jair Bolsonaro usou a situação de países como Argentina, Venezuela, Chile e Colômbia como espantalho contra a esquerda. “Que nosso povo não experimente as dores do socialismo. Não queremos isso para o nosso Brasil”, falou quando citou os países.
Não se sabe que “socialismo” existe nesses países, mas todo mundo está “experimentando” as dores do governo Bolsonaro.
Fonte: Hora do Povo