Datafolha: Lula bate Bolsonaro entre os mais vulneráveis por 67% a 25%

61% dos “vulneráveis” dizem que não votariam “de jeito nenhum” em Bolsonaro

Foto: Marlene Bergamo

A crise econômica sem fim do Brasil afastou ainda mais o presidente Jair Bolsonaro do eleitor mais pobre e vulnerável. É o que aponta um recorte da nova pesquisa Datafolha baseado no “grau de estabilidade financeira e de renda”.

Segundo o instituto, “as curvas de intenções de voto do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) se invertem à medida que esses dois quesitos variam”. Entre os eleitores de baixa renda e ganho instável, a rejeição ao governo cresce e o veto a Bolsonaro é explícito. Nesse segmento, o dos “vulneráveis”, Lula chega a 67% num eventual segundo turno.

Para o Datafolha, “renda e ocupação tiveram resultados bastante homogêneos, formando grupos com números de participantes adequados para comparações”. Assim, o instituto dividiu o eleitorado em cinco perfis econômicos:

Vulneráveis: “Renda instável, além de incluir os não economicamente ativos de até dois salários mínimos por família. Grupo majoritariamente feminino, com mais desempregados do que a média. Também tem maior participação de eleitores do Nordeste do que a média da população.”

Resilientes: “Renda estável, de até dois salários mínimos por família. Também majoritariamente feminino e com mais eleitores de escolaridade fundamental do que a média da população.”

– Amparados: “Renda instável, além de incluir os não economicamente ativos acima de dois salários mínimos. Grupo dividido igualmente entre homens e mulheres e com mais presença no Sudeste.”

– Seguros: “Renda estável, entre dois e cinco salários por família. Composto por mais homens, assalariados registrados e funcionários públicos.”

– Superseguros: “renda estável, acima de cinco salários. É mais masculino, mais velho do que a média e mais escolarizado. Formado principalmente por assalariados registrados, funcionários públicos e aposentados.”

No conjunto dos eleitores brasileiros, Lula tem 47% e Bolsonaro, 28%. Já no segmento mais excluído da população – os “vulneráveis” –, a distância a favor do petista é maior: 57% a 19%.

Num eventual segundo turno, entre eles, os “vulneráveis” – que representam 37% dos eleitores – entregam nada menos que 67% dos votos em Lula, contra apenas 25% em Bolsonaro. A rejeição ao presidente é igualmente expressiva nessa parcela do eleitorado: 61% dos “vulneráveis” dizem que não votariam “de jeito nenhum” em Bolsonaro.

No outro extremo, entre os “superseguros” – que correspondem a 8% do eleitorado –, Bolsonaro está à frente de Lula: o presidente tem 42% de preferência nessa categoria, na qual a rejeição ao governo também fica abaixo da média. Lula aparece aí com 30%. De acordo com o Datafolha, 59% dos “superseguros” não votariam em Lula “de jeito nenhum”. Com Bolsonaro, a rejeição é de 51%.

O Datafolha ouviu 2.556 eleitores, em todos os estados do País, nos dias 22 e 23 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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