Sob pressão, relator desiste do ‘vale-Uber’ na PEC do Desespero
A estratégia é evitar mudanças que possibilitem a volta da PEC ao Senado. Com alta rejeição entre os eleitores, Bolsonaro alimenta esperança de melhorar sua situação mediante a concessão de benefícios
Publicado 05/07/2022 16:22

O governo Bolsonaro acionou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para convencer o relator da PEC dos Combustíveis, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), a desistir de incluir, entre os benefícios a serem concedidos, o auxílio-gasolina para motoristas de aplicativos como Uber e 99. Deu certo. Além disso, o parlamentar cearense ainda resolveu manter no texto o estado de emergência.
A estratégia é evitar mudanças que possibilitam a volta da PEC ao Senado, também conhecida como PEC do Desespero. Com alta rejeição entre os eleitores, Bolsonaro alimenta esperança de melhorar sua situação mediante a concessão de benefícios.
A PEC aumenta o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, ampliação do vale-gás e auxílio aos caminhoneiros de R$ 1 mil. A legislação proíbe esse tipo de benefícios em ano eleitoral. Para driblar essa exigência, criou-se o estado de emergência.
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“Temos a pressão do cronograma de trabalho, pelo calendário da Câmara, que tem que encerrar tudo até 15 de julho. E temos a demanda e a necessidade da população faminta, que está precisando do Auxílio Emergencial e do vale-gás e que tem a pressão de comoção social. Diante desses dois fatos, mexer no texto cria mais dificuldade”, justificou o relator.
