Petroleiros debatem programa com representantes da Frente Vamos Juntos pelo Brasil
Representantes do PCdoB, PV, PT, PSB, PSol, Rede e Solidariedade discutiram com diretoria da FUP as diretrizes para o setor de petróleo e gás.
Publicado 01/07/2022 19:02 | Editado 02/07/2022 08:05
Na primeira de uma série de reuniões itinerantes programadas pela coordenação do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, representantes dos sete partidos que compõem a Frente Vamos Juntos pelo Brasil (PCdoB, PV, PT, PSB, PSol, Rede e Solidariedade) debateram nesta quinta-feira (30) com a diretoria da Federação Única dos Petroleiros (FUP) as diretrizes para o setor de petróleo e gás.
Segundo informou a FUP em comunicado, existe um consenso entre as lideranças dos partidos que compõem a frente e os petroleiros de que a Petrobrás precisa voltar a ser uma empresa integrada e recuperar seu papel estratégico de indução do desenvolvimento regional e nacional bem como a necessidade de alteração da atual política de preços da Petrobras.
Com base nessa política, em que os preços dos combustíveis são reajustados com base na cotação internacional do petróleo, variação cambial e custos logísticos de importação, no governo Bolsonaro, os preços da gasolina, na refinaria, tiveram alta de 169,1%, o diesel de 203,6% e o do gás de cozinha de 119,1%. Enquanto isso, o salário mínimo aumentou 21,4% no mesmo período.
Em entrevista publicada pelo Portal Vermelho, o diretor da FUP Pedro Lúcio Góis explicou que, como todo o ciclo do petróleo acontece em território nacional, a custo local, não há explicação para alta no preço dos combustíveis, e que as elevações realizadas pela direção da empresa, com base na política de preços mantida por Bolsonaro, têm por objetivo somente atender a interesses privatizantes. “Então (a Petrobras) refina em refinarias brasileiras e vende para o povo brasileiro. Não há motivo, não há razão para, por exemplo, a suspensão do abastecimento de gás da Rússia para a Alemanha afetar o preço do gás de cozinha da dona de casa na cidade de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte. Não há razão lógica nenhuma. Há apenas razões financeiras, do ponto de vista do mercado e dos que querem a privatização da Petrobras. Mas não há lógica prática para isso. Não há explicação razoável e racional”, afirmou.
“Haverá uma estratégia consistente, responsável, de transição progressiva para sair do PPI e abrasileirar o preço dos derivados, construindo uma média ponderada do que é importado e do que é produzido no Brasil“, disse o coordenador do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, Aloizio Mercadante, no comunicado, acrescentando que o gás de cozinha poderá ter uma transição segura muito rápida. Segundo ele, a atual política de preços é “um instrumento para desnacionalizar a Petrobrás, privatizar refinarias, desmobilizar ativos” e também “não faz sentido” pegar recursos fiscais para subsidiar o preço da gasolina. “Tudo isso tem prazo de validade, até o final do ano, e deixa uma bomba fiscal para o próximo governo”, afirmou.
Retomada dos investimentos
Ainda de acordo com o comunicado, no processo de valorização da Petrobrás e da cadeia industrial do petróleo, a retomada dos investimentos da empresa, inclusive no refino, no setor de fertilizantes e transição energética, está entre as prioridades. O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, destacou que a participação dos investimentos totais da Petrobrás na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu de 11%, em 2009, para apenas 2,8% em 2021, segundo dados elaborados pelo Dieese/subseção FUP, com base nos relatórios da petroleira. De acordo com ele, o fator de utilização das refinarias da Petrobrás (FUT), depois de chegar a mais de 90% entre 2007 e 2014, caiu para 76% em 2018 e retomou o patamar de 80% de 2020 para cá.
Com informações da assessoria de imprensa da FUP