Presidenta do PCdoB defende diálogo com Doria

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, está entre dirigentes partidários que acreditam na possibilidade de discutir apoio a Lula e Alckmin, a partir das lideranças tucanas.

Luciana Santos Foto: Reprodução das redes sociais

A presidenta nacional do PCdoB, a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, foi uma das lideranças partidárias que defendeu o diálogo com o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para ampliar o apoio à pré-campanha de Lula e Alckmin. Ela participou da primeira reunião de campanha dos pré-candidatos com os sete partidos que os apoiam.

Nesta segunda-feira (23), a coordenação-geral da Coligação Lula-Alckmin fez sua primeira reunião, na capital paulista, em que participaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Geraldo Alckmin, os presidentes e mais dois representantes de cada um dos sete partidos que lançaram o movimento Vamos Juntos Pelo Brasil (PT, PSB, Solidariedade, PSOL, PCdoB, PV e Rede).

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Durante a reunião, as lideranças políticas ficaram sabendo do anúncio por Doria da desistência de sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB. Segundo a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, as implicações do episódio não foram debatidas na reunião, mas diversas lideranças conversaram com a imprensa, apontando para a possiblidade de um diálogo que amplie o campo de apoio a Lula e Alckmin.

Luciana é uma das dirigentes partidárias que cogita essa possibilidade. “O próprio Doria, quando estava com sua candidatura, disse que com Bolsonaro não dava para conversar, mas com Lula, sim. Então, acho que temos que aproveitar essa possibilidade de diálogo”, defendeu.

Luciana lembrou que o próprio Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice-presidente na chapa com Lula, ressaltou as diferenças de agenda econômica e de visão de país. “Mas ele disse que temos algo que é muito maior do que isso, que são os desafios do futuro e a necessidade de defender a democracia e os direitos do povo”, citou ela. De acordo com Luciana, “nesse embalo”, o Doria se localiza nessa circunstância similar a de Alckmin.

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As dificuldades de João Doria com seu partido, dizem respeito, justamente à falta de apoio interno de outras lideranças do PSDB. Com isso, a dirigente do PCdoB acredita que há espaço para buscar o diálogo. “É perseguir com muita determinação a amplitude, que é uma centralidade da abordagem que estamos fazendo como tática. Quanto mais ampla for a frente, mais chances nós temos de resolver essa parada contra Bolsonaro”. 

Luciana também comentou a análise feita por Marcos Coimbra, do Vox Populi, sobre as pesquisas de intenção de voto. “Com a polarização, existe até uma possiblidade da eleição se resolver em primeiro turno. Mas temos que cuidar para que essa polarização não comprometa o debate. Que possamos elevar o debate, e impedir que a eleição seja tomada pela violência”. 

Segundo a análise das pesquisas, há questões de territorialidade a serem exploradas pela campanha, além de segmentos que demandam diálogo para quebrar resistências. Ela citou os evangélicos neopentecostais e “aqueles que fazem a segurança pública no país e que precisam que demos respostas de como fazer isso de maneira mais eficaz”.

“Estamos atentos a setores sociais que a gente precisa chegar mais junto. Precisamos potencializar aqueles setores onde temos mais força, como entre as mulheres, mas precisamos reverter entre estes setores mais resistentes”, defendeu.

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Reunião proveitosa

Luciana saiu animada da reunião, por avaliar que foi proveitosa para o PCdoB. Segundo ela, foram debatidos os temas mais candentes do eixo que deve conduzir a abordagem da campanha. Segundo Luciana, a campanha deve falar de futuro, mas afirmando o vetor de força que é o legado do presidente Lula.

Ela lembrou que foi um momento de pleno emprego no Brasil e de crescimento econômico. “Estas são as questões universais que falam para todo o povo brasileiro”, acredita. “Esse é o ritmo que a campanha quer impor, pautando o debate sobre a retomada do crescimento, do papel importante do estado, não só para induzir a economia, mas para garantir as políticas públicas essenciais”, relatou.

De acordo com a dirigente partidária, não há divergência em relação a este tema. “Todos estão com uma posição uníssona sobre esta questão. Quando eu fui prefeita de Olinda, nos governos de Lula e Dilma, foi quando vimos políticas habitacionais e saneamento. Queremos a retomada desses investimentos que calam fundo e impactam na vida do povo brasileiro”, lembrou, voltando a ressaltar o caráter produtivo da reunião.

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