Eleições 2022: PCdoB quer levar a pauta dos trabalhadores ao Senado
“Senado é uma Casa revisora com baixíssima representação do campo popular e dos trabalhadores”, afirma Gilson Reis
Publicado 22/05/2022 10:30 | Editado 22/05/2022 10:40
Dois sindicalistas do PCdoB miram o Senado nas eleições 2022. Em Minas Gerais, o professor e ambientalista Gilson Reis é pré-candidato a senador. Já na Bahia, o bancário Augusto Vasconcelos, hoje vereador em Salvador (BA), será suplente na chapa ao Senado que será apoiada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB).
Em cem anos, o Partido Comunista do Brasil teve quatro senadores: Luís Carlos Prestes (RJ, 1946-1948), Leomar Quintanilha (TO, 2005-2006), Inácio Arruda (CE, 2007-2015) e Vanessa Grazziotin (AM, 2011-2019). O PCdoB já elegeu, ainda, diversos suplentes ao Senado, como Walter Sorrentino (SP, 1999-2007), Alzira Barros (AM, 2011-2019), Roberto Macagnan (RS, 2011-2019), João Carlos Moraes (RS, 2011-2019), João Batista Lemos (RJ, 2015-2023) e Davidson Magalhães (BA, 2019-2027).
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Em caso de vitória nas urnas em 2 de outubro, Gilson e Augusto não apenas darão continuidade a essa história. Aos dois – que são também dirigentes nacionais da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) –, caberá a missão de levar as causas e reivindicações da classe trabalhadora ao Senado.
Ex-presidente do Sinpro-MG (Sindicato dos Professores da Rede Privada de Minas Gerais), Gilson foi vereador de Belo Horizonte (MG) por dois mandatos. Desde 2016, é coordenador-geral da Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino). “Gilson reúne combatividade e experiência política para ampliar o debate sobre a crise de Minas e a construção e um outro rumo para o estado”, apontou o PCdoB-MG em fevereiro, ao lançar a pré-candidatura do sindicalista.
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“Minha motivação para ser candidato é, acima de tudo, política. O Senado é uma Casa revisora com baixíssima representação do campo popular e dos trabalhadores”, afirma Gilson. Segundo ele, essa “representação desigual” pode dificultar a aprovação de medidas como a revisão da reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB). Construir uma nova legislação do trabalho é um dos compromissos já firmados pela pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que buscará mais um mandato no Planalto.
“Além da elaboração de leis, o Senado cumpre um papel importante no debate nacional sobre questões de fundo da sociedade”, diz o sindicalista. “Um tema que será debatido na próxima legislativa é justamente o novo código do trabalho. Mais do que a revogação da reforma, temos de discutir as novas normas trabalhistas para o País.”
De acordo com Gilson, garantir a presença de sindicalistas do Poder Legislativo, para debater questões do cotidiano do mundo do trabalho, é “estratégico” em qualquer sociedade. “Isso é luta política, é luta de classes, e precisamos mudar um Congresso que, na prática, representa os interesses do capital. No século 18, o movimento cartista já exigia que os trabalhadores participassem do parlamento inglês”, lembra.
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Outro comunista na disputa ao Senado é Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e vereador de Salvador. Ele deve concorrer como suplente do senador Otto Alencar (PSD-BA), que busca a reeleição. “É muito importante eleger parlamentares comprometidos com as pautas da classe trabalhadora. Os sindicatos devem ter como tarefa influenciar também os rumos do País”, afirma Augusto.
Em sua opinião, “as pautas corporativas são muito importantes, mas devem estar ligadas às lutas mais amplas em defesa da democracia, da soberania nacional e da defesa de direitos da população”. Sua eleição como vereador, em 2020, levou em conta essa diretriz. “Topei esse desafio aqui em Salvador e estamos desenvolvendo um mandato na Câmara que tem essas características. Agora, o Partido nos deu essa missão de representar os trabalhadores e trabalhadoras no Congresso. Vamos pra cima!”