Bolsonaro é o único responsável pelo alta absurda dos combustíveis, diz FUP
“Com sua política de pouco caso com o brasileiro, Bolsonaro promove uma brutal transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos”, criticou o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar
Publicado 10/05/2022 16:45 | Editado 10/05/2022 17:39
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) colocou na conta de Bolsonaro mais um reajuste absurdo do óleo diesel (8,87%) que elevará para R$ 5,00 o preço do combustível nos postos. A entidade lembrou que a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras, criticada pelo presidente, é responsável pelas altas.
De acordo com a FUP, o PPI também é uma decisão de governo. Nesse sentido, a entidade diz que Bolsonaro usa de deboche para esconder que é o único responsável pelos aumentos absurdo dos preços dos combustíveis no país.
“Não é fixada por lei, como ele quer fazer crer, tentando tirar o corpo fora do problema. Essa política equivocada foi criada por Michel Temer, em outubro de 2016, logo após o impeachment da ex-presidenta Dilma Roussefff, e segue intocável desde então”, explicou a FUP por meio de nota.
A entidade diz que Bolsonaro nada fez para mudar uma vírgula do que é previsto pelo PPI. “Pelo contrário. Só no seu governo, de janeiro de 2019 até hoje, a gasolina já acumula 155,8% de aumento nas refinarias; o diesel subiu 165,6% e o GLP aumentou 119,1%, fazendo com que o preço médio do botijão de gás de cozinha esteja acima de R$ 120,00.”
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, diz que Bolsonaro mente quando diz não poder mudar o PPI, política que reajusta preços de acordo com a variação do petróleo no mercado internacional, oscilação cambial e custo de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo. “A Petrobras não é forçada a utilizar o PPI. O novo aumento do diesel anunciado nesta segunda é mais uma medida com impactos cruéis sobre a inflação e que contribui ainda mais para a explosão dos preços da comida dos brasileiros”, afirmou.
“Bolsonaro não muda a política de reajustes porque não quer desagradar acionistas privados, que têm no PPI a garantia de altos lucros gerados pela estatal, cuja diretoria é nomeada pelo próprio presidente da República. O foco da Petrobras hoje é gerar e distribuir valor para acionistas. Mais de 45% são investidores estrangeiros, com ações da Petrobrás nas bolsas de São Paulo e de Nova Iorque”, explicou Bacelar.
O coordenador da FUP questiona a estratégia da gestão da Petrobras, que se ancora no PPI para aumentar o caixa da empresa e, assim, ampliar ainda mais a distribuição de dividendos. “Com sua política de pouco caso com o brasileiro, Bolsonaro promove uma brutal transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos”, criticou.