Parlamentares acusam Bolsonaro de destruir poder de compra do salário mínimo

Levantamento de corretora aponta que Brasil piorou com Jair Bolsonaro. Presidente será o primeiro, desde o Plano Real, a entregar mandato com salário mínimo valendo menos do que quando assumiu cargo

(Reprodução)

Os brasileiros têm sentido no bolso diariamente o peso da inflação e a diminuição do poder de compra no governo Bolsonaro, mas um levantamento feito pela corretora Tullet Prebon Brasil não deixa dúvidas que sob Bolsonaro, o Brasil piorou. Será a primeira vez, desde o Plano Real, que um presidente entregará o cargo com o salário mínimo valendo menos do que quando entrou.

Parlamentares repercutiram os cálculos da corretora. Na avaliação deles, a perda do poder de compra do salário mínimo mostra a incompetência do presidente e leva o Brasil ao caos.

“Quando Bolsonaro sair da Presidência, no fim do ano, o salário mínimo estará valendo menos do que quando ele entrou. Ele é o primeiro presidente desde o Plano Real a conseguir essa “façanha”. A falta de gestão e de habilidade desse presidente não surpreende, mas nos leva ao caos”, critica a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Para Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro é “um verdadeiro exterminador de vidas, destruidor de sonhos”.

Desde Fernando Henrique Cardoso, nenhum governante, seja no primeiro ou segundo mandato, entregou um mínimo que tivesse perdido poder de compra. Pelos cálculos da corretora Tullett Prebon Brasil, a perda será de 1,7%, se a inflação não acelerar mais do que o previsto pelo mercado no Boletim Focus, do Banco Central, base das projeções da corretora.

“Variação do salário mínimo sob gestão dos presidentes (em períodos distintos): FHC, 50,9%; Lula +57,8%; Dilma +12,7%; Temer +3,3%; Bolsonaro -1,7%. Muita incompetência!”, comentou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) elencando a variação do salário mínimo nos governos anteriores.

De acordo com o levantamento, o piso salarial deve cair de R$ 1.213,84 para R$ 1.193,37 entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, descontada a inflação. Entre os fatores que explicam a perda inédita estão o ajuste fiscal e a aceleração da inflação. Há três anos, não há reajuste do piso acima da inflação. O último foi em 2019, quando ainda prevalecia a regra de correção que considerava a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

“Fome, desemprego e desespero! Essa é a marca do governo Bolsonaro. Lamentavelmente o salário mínimo do Brasil perdeu o poder de compra pela primeira vez, desde a implementação do Plano Real. A economia desce ladeira abaixo, o bolso do trabalhador sofre, todos os brasileiros amargam essa triste realidade”, condenou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA). 

O senador Paulo Paim (PT-RS) considera a perda de poder de compra do salário mínimo insustentável. “Mais de 60% dele é gasto com produtos da cesta básica. A Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo (Inflação + PIB) foi extinta pelo atual governo. Inaceitável. É preciso retomá-la urgentemente”, defendeu.

O líder da Minoria na Câmara, Deputado Alencar (PT-SP), só vê como alternativa a eleição do ex-presidente Lula. “Desde 1994, com a criação do Real, o miliciano do Planalto será o primeiro presidente a encerrar um mandato com o salário mínimo valendo menos do que no início da sua gestão. Eleger Lula é uma questão de sobrevivência nacional”, disse.

“Bolsonaro será o 1º presidente desde o Plano Real a terminar o mandato com salário mínimo valendo menos. O Brasil vale menos com Bolsonaro! Nosso povo passa fome, não tem emprego, não tem dignidade! O Brasil PIOROU! #ForaBolsonaro”, postou no Twitter o líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados com informações de O Globo

Autor