Economia patina e trabalhadores pagam a conta, diz boletim do Dieese
Se a situação econômica geral é negativa, o Dieese destaca como o baixo crescimento econômico afeta em específico os trabalhadores, principalmente devido à inflação
Publicado 01/05/2022 10:22 | Editado 03/05/2022 10:42
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) lançou um boletim especial em referência ao 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador e Trabalhadora. Segundo o documento, que realiza um diagnóstico da economia nacional, a “economia patina, com escolhas do governo, resquícios da pandemia e crise internacional, e trabalhadores pagam a conta”.
O Boletim reconhece que “o mercado de trabalho volta a mostrar sinais de recuperação”, mas afirma que não há um processo vigoroso de retomada do desenvolvimento em decorrência da “inação de um governo mais preocupado em agradar as bases políticas do que em dar respostas concretas para os problemas da população”.
Se a situação econômica geral é negativa, o Dieese destaca como o baixo crescimento econômico afeta em específico os trabalhadores, principalmente devido à inflação.
“Desde meados de 2020, a inflação sobe mês a mês, quase ininterruptamente. Em março de 2022, o INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) chegou a quase 12%”, ressalta o Boletim. “A queda no poder de compra dos trabalhadores é agravada porque os preços dos produtos da cesta básica subiram ainda mais do que a inflação geral. Desde o começo da pandemia, o custo do conjunto de alimentos básicos teve acréscimo de R$ 243 em São Paulo, aumento de 47% entre março de 2020 e março de 2022”, complementa.
Enquanto a variação dos preços aumenta, os salários não acompanham – ano passado, quase metade dos acordos e negociações coletivas ficou abaixo da variação de preços verificada. “A quantidade de reajustes abaixo da inflação cresceu de 23,7%, em 2019, para 47,3%, em 2021. No último ano, apenas 15,6% alcançaram ganhos reais”.
O Dieese sustenta, por fim, que a reversão desse cenário de gravidade econômica depende do fortalecimento das entidades sindicais e da “atuação dessas organizações na ampliação dos direitos individuais e coletivos é fundamental”.
Fonte: Reconta Aí