Gasolina do Brasil é mais cara entre 115 países

Levantamento dos preços foi feito pela Global Petrol Prices com 170 países após mais um aumento autorizado pelo governo Bolsonaro, segundo informa o jornal Hora do Povo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com os sucessivos aumentos no preço da gasolina pela Petrobrás, com o aval do governo, o Brasil voltou a perder posições no ranking de países que vendem gasolina mais barata no mundo. Por conta do último aumento no preço do combustível de 18,8% nas refinarias, o Brasil saiu da 90º para ocupar a 115º lugar, com o preço médio de R$ 7,21 para o litro do combustível, segundo informa o jornal Hora do Povo.

Em março, após a direção da Petrobrás ter anunciado mais um aumento no preço da gasolina -seguindo a política de atrelar os preços da estatal aos preços do barril do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar, Jair Bolsonaro, para fugir da enxovalhada de críticas, afirmou que a gasolina do Brasil é a mais barata do mundo.

Sem citar a fonte da informação, Bolsonaro disse: “Quem pesquisa e vê… uma das gasolinas mais baratas do mundo é a nossa. Nós também estamos sofrendo, mas não tanto quanto outros povos aí fora”, disse.

Segundo o levantamento, com 170 países, feito pela Global Petrol Prices, com dados atualizados da semana passada, a Venezuela tem o litro mais barato do planeta, saindo por R$ 0,11 na média. Outro país sul-americano que aparece na parte de cima do ranking é a Bolívia, na 16ª colocação, com o litro a R$ 2,59.

A pesquisa não considera o custo de vida e nem o valor do salário mínimo. Os valores são absolutos, em reais. Veja o ranking abaixo. Invertendo a tabela, o Brasil fica entre os 55 países com o litro da gasolina mais caro do mundo.

PREÇO DA GASOLINA NO MUNDO/11-ABRIL-2022

  • 1º) Venezuela: R$ 0,119
  • 2º) Líbia: R$ 0.153
  • 3º) Irão: R$ 0.244
  • 4º) Síria: R$ 1.504
  • 5º) Argélia: R$ 1.532
  • 6º) Kuwait: R$ 1.643
  • 7º) Angola: R$ 1.692
  • 8º) Nigéria: R$ 1.907
  • 9º) Turcomenistão: R$ 2.040
  • 10º) Cazaquistão: R$ 2.059
  • 11º) Malásia: R$ 2.316
  • 12º) Iraque: R$ 2.448
  • 13º) Egito: R$ 2.472
  • 14º) Bahrein: R$ 2.528
  • 15º) Rússia: R$ 2.575
  • 16º) Bolívia: R$ 2.599
  • 17º) Catar: R$ 2.748
  • 18º) Azerbaijão: R$ 2.803
  • 19º) Haiti: R$ 2.956
  • 20º) Omã: R$ 2.958
  • 21º) Arábia Saudita: R$ 2.959
  • 22º) Etiópia: R$ 2.967
  • 23º) Colômbia: R$ 2.995
  • 24º) Equador: R$ 3.210
  • 25º) Bielorrússia: R$ 3.220
  • 26º) Quirguistão: R$ 3.360
  • 27º) Tunísia: R$ 3.578
  • 28º) Paquistão: R$ 3.919
  • 29º) Togo: R$ 4.020
  • 30º) Trindade e Tobago: R$ 4.031
  • 31º) Emir. Árabes Unidos: R$ 4.047
  • 32º) Usbequistão: R$ 4.057
  • 33º) Chade: R$ 4.136
  • 34º) Afeganistão: R$ 4.199
  • 35º) Indonésia: R$ 4.277
  • 36º) Domínica: R$ 4.376
  • 37º) Suriname: R$ 4.426
  • 38º) Maldivas: R$ 4.504
  • 39º) Sudão: R$ 4.530
  • 40º) Iémen: R$ 4.696
  • 41º) Líbano: R$ 4.715
  • 42º) Sri Lanca: R$ 4.734
  • 43º) Mongólia: R$ 4.763
  • 44º) Benim: R$ 4.777
  • 45º) Serra Leoa: R$ 4.823
  • 46º) Gabão: R$ 4.831
  • 47º) Argentina: R$ 4.839
  • 48º) Madagáscar: R$ 4.890
  • 49º) Burquina Faso: R$ 4.896
  • 50º) Bangladeche: R$ 4.922
  • 51º) Congo-Kinshasa: R$ 4.959
  • 52º) Camarões: R$ 5.031
  • 53º) Costa do Marfim: R$ 5.055
  • 54º) Moçambique: R$ 5.153
  • 55º) Tanzânia: R$ 5.216
  • 56º) Botsuana: R$ 5.256
  • 57º) Suazilândia: R$ 5.274
  • 58º) Mali: R$ 5.342
  • 59º) Guiné: R$ 5.354
  • 60º) Butão: R$ 5.407
  • 61º) Taiwan: R$ 5.407
  • 62º) Porto Rico: R$ 5.470
  • 63º) México: R$ 5.484
  • 64º) Ucrânia: R$ 5.491
  • 65º) Namíbia: R$ 5.566
  • 66º) Quênia: R$ 5.573
  • 67º) Guiana: R$ 5.592
  • 68º) Panamá: R$ 5.680
  • 69º) Geórgia: R$ 5.767
  • 70º) Santa Lúcia: R$ 5.800
  • 71º) Granada: R$ 5.817
  • 72º) Estados Unidos: R$ 5.833
  • 73º) Zâmbia: R$ 5.846
  • 74º) Salvador: R$ 5.853
  • 75º) Ruanda: R$ 5.856
  • 76º) Libéria: R$ 5.906
  • 77º) Costa Rica: R$ 5.981
  • 78º) Cuba: R$ 6.003
  • 79º) Lesoto: R$ 6.021
  • 80º) Paraguai: R$ 6.050
  • 81º) Nepal: R$ 6.067
  • 82º) Nicarágua: R$ 6.113
  • 83º) Honduras: R$ 6.120
  • 84º) Birmânia: R$ 6.165
  • 85º) Senegal: R$ 6.170
  • 86º) Vietnã: R$ 6.194
  • 87º) Fiji: R$ 6.212
  • 88º) Burundi: R$ 6.384
  • 89º) Guatemala: R$ 6.389
  • 90º) Turquia: R$ 6.396
  • 91º) Índia: R$ 6.447
  • 92º) Maurícia: R$ 6.501
  • 93º) Filipinas: R$ 6.523
  • 94º) Japão: R$ 6.544
  • 95º) Uganda: R$ 6.630
  • 96º) Bahamas: R$ 6.649
  • 97º) Hungria: R$ 6.700
  • 98º) Rep. Dominicana: R$ 6.731
  • 99º) Malávi: R$ 6.748
  • 100º) Tailândia: R$ 6.749
  • 101º) Chile: R$ 6.819
  • 102º) Camboja: R$ 6.823
  • 103º) Gana: R$ 6.862
  • 104º) África do Sul: R$ 6.903
  • 105º) Aruba: R$ 6.909
  • 106º) Ilhas Caimã: R$ 6.924
  • 107º) Peru: R$ 6.931
  • 108º) China: R$ 6.944
  • 109º) Macedônia: R$ 6.961
  • 110º) Curaçao: R$ 6.982
  • 111º) Marrocos: R$ 6.998
  • 112º) Malta: R$ 7.014
  • 113º) Moldávia: R$ 7.062
  • 114º) Jamaica: R$ 7.106
  • 115º) BRASIL: R$ 7.210
  • 116º) Jordânia: R$ 7.291
  • 117º) Seicheles: R$ 7.341
  • 118º) Polônia: R$ 7.348
  • 119º) Austrália: R$ 7.378
  • 120º) Canadá: R$ 7.438
  • 121º) Cabo Verde: R$ 7.533
  • 122º) Chipre: R$ 7.590
  • 123º) Bulgária: R$ 7.765
  • 124º) Sérvia: R$ 7.825
  • 125º) Eslovênia: R$ 7.867
  • 126º) Laos: R$ 7.949
  • 127º) Coreia do Sul: R$ 8.012
  • 128º) Bósnia: R$ 8.061
  • 129º) Croácia: R$ 8.278
  • 130º) Romênia: R$ 8.353
  • 131º) Andorra: R$ 8.364
  • 132º) Belize: R$ 8.413
  • 133º) Uruguai: R$ 8.598
  • 134º) Wallis e Futuna: R$ 8.700
  • 135º) Lituânia: R$ 8.893
  • 136º) Eslováquia: R$ 9.024
  • 137º) Mayotte: R$ 9.107
  • 138º) Montenegro: R$ 9.107
  • 139º) Áustria: R$ 9.191
  • 140º) Nova Zelândia: R$ 9.323
  • 141º) Luxemburgo: R$ 9.343
  • 142º) Albânia: R$ 9.345
  • 143º) Bélgica: R$ 9.416
  • 144º) República Checa: R$ 9.485
  • 145º) Letónia: R$ 9.500
  • 146º) Espanha: R$ 9.549
  • 147º) Itália: R$ 9.575
  • 148º) Rep. Centro-Africana: R$ 9.582
  • 149º) Irlanda: R$ 9.626
  • 150º) Barbados: R$ 9.755
  • 151º) Suíça: R$ 9.940
  • 152º) Estônia: R$ 9.940
  • 153º) Singapura: R$ 10.145
  • 154º) Reino Unido: R$ 10.188
  • 155º) França: R$ 10.395
  • 156º) Portugal: R$ 10.610
  • 157º) Liechstenstein: R$ 10.656
  • 158º) Suécia: R$ 10.718
  • 159º) São Marinho: R$ 10.725
  • 160º) Israel: R$ 10.735
  • 161º) Islândia: R$ 10.807
  • 162º) Grécia: R$ 10.819
  • 163º) Alemanha: R$ 10.835
  • 164º) Dinamarca: R$ 11.146
  • 165º) Zimbabué: R$ 11.211
  • 166º) Finlândia: R$ 11.227
  • 167º) Noruega: R$ 11.688
  • 168º) Mônaco: R$ 11.845
  • 169º) Holanda: R$ 11.991
  • 170º) Hong Kong: R$ 13.716

No mês passado, uma pesquisa do Datafolha revelou que, para 68% dos brasileiros, o governo Bolsonaro tem responsabilidade pela alta dos combustíveis. De acordo com a sondagem ainda, 39% afirmaram que Bolsonaro tem muita responsabilidade pelo aumento da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Outros 29% consideram que seu governo tem ao menos um pouco de responsabilidade. Já na avaliação de 30%, o governo não tem responsabilidade.

Diante do resultado, e sob ameaça de nova greve dos caminhoneiros, Bolsonaro pela terceira vez em seu governo fez mudanças na direção da Petrobrás. Ele demitiu o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna – em mais uma encenação de que estava fazendo algo para conter o descontrole nos preços dos combustíveis.

Para presidir a Petrobrás, Bolsonaro indicou Mauro Ferreira Coelho, ex-secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME) deste governo. Coelho, assim como fizeram seus antecessores Castello Branco e Silva e Luna, manterá a desastrosa política que levou ao descontrole dos preços dos combustíveis no país, o PPI, que atrela os preços da Petrobrás à especulação do barril do petróleo no mercado internacional e ao dólar – que beneficia apenas os acionistas da estatal (grande parte estrangeiros) com pagamento de dividendos e os importadores de derivados de petróleo. 

Fonte: Portal do jornal Hora do Povo