Parlamentares repudiam agressão à assistente de arbitragem Marcielly Netto
Técnico deu uma cabeçada na assistente durante intervalo de partida de futebol realizada no fim de semana no Espírito Santo
Publicado 13/04/2022 20:11
Houve repúdio generalizado de políticos e personalidades à agressão chocante sofrida pela assistente de arbitragem Marcielly Netto durante um jogo. A cabeçada foi dada pelo agora ex-técnico da Desportiva Ferroviária, Rafael Soriano, que foi expulso pelo árbitro Arthur Rabello e, na saída de campo, ainda ameaçou a assistente.
Marcielly, do quadro da CBF, lamentou o episódio e pediu punição para o agressor. O caso aconteceu no último domingo, no intervalo do jogo entre Nova Venécia e Desportiva Ferroviária, pelas quartas do Campeonato Capixaba 2022.
Ela registrou boletim de ocorrência após a partida e, na manhã desta segunda-feira, realizou exame de corpo de delito. Soriano foi suspenso preventivamente pelo Tribunal de Justiça de Desportiva do Espírito Santo (TJD-ES) por 30 dias.
“O dia de hoje foi um pouco atípico, não esperava essa repercussão toda, mas que isso sirva pra nos dar voz para falar sobre esse assunto. Nós já somos minoria, tanto árbitras como jogadoras, torcedoras. Que isso não vire rotina. Não pode virar rotina – disse Marcielly ao Jornal Nacional.”
Mais do que demissão, o técnico que agrediu a bandeirinha Marcielly Netto precisa de punição pela justiça. Ele escancara seu preconceito e machismo, e mostra a dificuldade de entender que as mulheres que ousam entrar no campo, antes reservado apenas para homens, merecem respeito! pic.twitter.com/5EkxyyUhpE
— Jandira Feghali ??? (@jandira_feghali) April 11, 2022
Justiça por Marcielly! Rafael Soriano, ex-técnico da Desportiva Ferroviária, não pode ficar impune depois de agredir a assistente de arbitragem Marcielly Netto com uma cabeçada em campo. Ele deve ser banido do esporte e responder na justiça pela agressão! Machistas não passarão!
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) April 11, 2022
A agressão sofrida pela assistente de arbritagem Marcielly Netto, durante partida de futebol do Campeonato Capixaba, é inaceitável. Pensem que isso aconteceu dentro de um campo, com centenas de câmeras filmando, mas na maioria das vezes esse tipo de violência não é televisionada. pic.twitter.com/PxUaEp0OI2
— Manuela (@ManuelaDavila) April 11, 2022
Minha solidariedade a assistente de arbitragem Marcielly Netto que foi agredida enquanto fazia seu trabalho numa partida de futebol. Onde houver machismo e a violência contra a mulher, lá existirá o contraponto. Que seu agressor seja punido na forma da Lei. Ñ pode passar impune. pic.twitter.com/gVEQo3W2Kn
— Maria do Rosário (@mariadorosario) April 11, 2022
“Está se usando porque é mulher.” – essa foi a fala de um homem descontrolado após desferir uma cabeçada contra a árbitra assistente Marcielly Netto, no Campeonato Capixaba de futebol. Um absurdo! +
— Simone Tebet (@simonetebetbr) April 11, 2022
Absurdo! O técnico da Desportiva foi desligado depois de agredir a assistente Marcielly Netto, mas a Justiça precisa agir com rigor diante desse flagrante ato de violência contra uma mulher. Minha solidariedade a Marcielly.https://t.co/R1gfbrWm8F
— Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) April 11, 2022
INADMISSÍVEL! Ontem, Rafael Soriano, da Desportiva, agrediu covardemente a assistente de arbitragem Marcielly Netto, em jogo do Campeonato Capixaba.
O futebol ainda reflete a odiosa violência de gênero. Exigimos ação das autoridades! #MulheresEmCampo #JustiçaPorMarcielly pic.twitter.com/uRSqH1Ox3i
— Orlando Silva (@orlandosilva) April 11, 2022
NOTA DE REPÚDIO
A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados vem a público prestar solidariedade à assistente de arbitragem Marcielly Netto, integrante da Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES), que recebeu uma cabeçada aplicada de forma covarde pelo técnico Rafael Soriano, no último domingo, 10 de abril de 2022, durante o intervalo da partida do Campeonato Capixaba entre os times Desportiva Ferroviária e Nova Venécia, no estádio Zenor Pedrosa Rocha, em Nova Venécia (ES).
Conforme noticiado, o árbitro da partida encerrou a primeira etapa antes que a equipe de Soriano cobrasse um escanteio e, após o apito final, jogadores e membros da comissão técnica do Nova Venécia foram em direção à equipe de arbitragem protestar no meio de campo. Diante de gritos e xingamentos, o técnico Rafael Soriano deu uma cabeçada em Marcielly Netto, árbitra auxiliar do jogo.
A Secretaria da Mulher manifesta total repúdio à agressão e lembraque o futebol é um esporte de inclusão e interação social, no qual o respeito, a tolerância e a educação são pilares. Por isso, lamenta a postura do técnico Rafael Soriano, pois nada justifica o ato de agressão praticado contra a profissional de arbitragem.
Nesse sentido, vale também lembrar que a importância de árbitros e árbitras em competições esportivas é fundamental, pois estes se dedicam com excelência para colaborar com o sucesso dos eventos. Só quem atua na arbitragem sabe dos desafios encontrados em cada partida ou torneio esportivo, e quantas ofensas e ameaças de todos os tipos esses profissionais sofrem.
Vale destacar que a agressão física sofrida por Marcielly Netto pode ser tipificada como uma das formas de violação aos direitos humanos, enquadrando-se nas penalidades previstas no Código Penal que, em seu Art. 129, cita: “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção de três meses a um ano”.
Diante destas considerações, desejamos força e coragem à Marcielly Netto para superar o ocorrido, colocando-nos à disposição para colaborar, dentro do possível, para a resolução deste lamentável acontecimento, acionando os órgãos competentes para que sejam tomadas as medidas legais cabíveis, e para futuras ações no sentido de incentivarmos a atuação feminina nos esportes, com justiça e segurança para todos os envolvidos.
Por fim, a Secretaria da Mulher reforça sua posição em defesa dos avanços alcançados por meio de políticas públicas de proteção para as mulheres e afirma que não poupará esforços para combater atitudes covardes como essa, nem quaisquer outras ações de violência, sejam por palavras, ações ou crimes de ódio e torpeza que busquem ofuscar os recentes anos de conquistas sociais alcançados pelas mulheres.
Brasília, 12 de abril de 2022.
Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados