Meio Ambiente quer reduzir emissão de carbono trocando caminhões velhos
O ministro Joaquim Leite anunciou mais uma vantagem para a base de caminhoneiros insatisfeitos com os preços do diesel. Resume-se a aumentar a venda de caminhões novos, trocando a frota antiga.
Publicado 05/04/2022 21:33 | Editado 05/04/2022 21:34
O governo federal prepara um programa de incentivo de troca de veículos pesados que deve ser lançado nos próximos dias, anunciou hoje (5) o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em entrevista ao programa A Voz do Brasil. Com isso, ele pretende gerar créditos de carbono e criar mais um benefício para a insatisfeita base bolsonarista de caminhoneiros que atacam a política de preços do diesel.
“É um programa que vai incentivar o caminhoneiro a trocar o seu veículo por um veículo novo, que com certeza vai economizar combustível e evitar a emissão de poluentes”, resume o ministro sua política, considerada pouco abrangente, tanto para o combate às mudanças climáticas como às críticas dos caminhoneiros.
Segundo Leite, o programa deverá se chamar Renovar, mas ainda não foram revelados detalhes de quais vantagens serão oferecidas ou quem será beneficiado pela iniciativa. Com isso, se observa que o governo tenta anunciar, às pressas, promessas eleitoreiras, mesmo não tendo qualquer concretude.
O Brasil é um dos mais importantes fornecedores de créditos de carbono do mundo, por ser responsável por menos de 3% das emissões globais. É uma oportunidade de gerar créditos de diversas formas e exportar aos países e empresas que precisam compensar emissões.
Com uma frota de mais de 460 mil veículos com mais de 20 anos de fabricação e ainda circulando, o Brasil enfrenta o desafio ambiental de “aposentar” esses veículos e diminuir a quantidade de emissões de carbono de origem automotiva.
Retórica internacional
O ministro informou que o país ganhou destaque no cenário internacional pela oferta de créditos de carbono e pela rápida adaptação à matrizes sustentáveis e renováveis de energia.
Sobre a recente participação na reunião da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre políticas ambientais – organização a qual o Brasil pleiteia fazer parte. Joaquim Leite explicou que a administração pública está empenhada em participar do mercado global verde e oferecer soluções sustentáveis para parceiros.
“O Brasil, sim, é parte da solução e fará uma contribuição global em energias renováveis”, complementou.
No quesito resíduos sólidos, o ministro atualizou o número de lixões que tiveram as atividades encerradas no âmbito do programa Lixão Zero, que tem como objetivo extinguir a prática de acúmulo de detritos sólidos em aterros. Ambientalistas afirmam que não basta fechar lixões, mas transformá-los em áreas sustentáveis de produção de gás metano. “São 647 lixões que já foram fechados. É uma agenda importante e estamos no caminho certo: eliminar os lixões a céu aberto no Brasil”, diz o ministro.
Com informações da Voz do Brasil