Ministros da Ucrânia e da Rússia se reunirão na Turquia
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que os dois principais diplomatas concordaram em se encontrar ao lado de um fórum no sul da Turquia.
Publicado 07/03/2022 20:04 | Editado 07/03/2022 21:55
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e seu colega ucraniano, Dmytro Kuleba, concordaram em se reunir na quinta-feira, disse o principal diplomata turco Mevlut Cavusoglu, no que seria a primeira conversa em potencial entre os dois funcionários desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro.
“Espero que este passo leve à paz e à estabilidade”, escreveu Cavusoglu no Twitter na segunda-feira, anunciando que as negociações deveriam ocorrer ao lado de um fórum diplomático internacional em Antalya, no sul da Turquia.
A Turquia, membro da OTAN, que compartilha uma fronteira marítima com a Rússia e a Ucrânia no Mar Negro, havia se oferecido para mediar entre os lados. Ancara tem boas relações com Moscou e Kiev, e classificou a invasão da Rússia como inaceitável, embora se oponha a sanções contra Moscou.
Cavusoglu disse que em uma ligação com o presidente russo Vladimir Putin no domingo, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan repetiu a oferta da Turquia para sediar a reunião, que Lavrov aceitou mais tarde.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, confirmou as conversas no Telegram. Kuleba havia dito no sábado que estava aberto a conversas com Lavrov, mas apenas se fossem “significativas”.
O anúncio ocorreu quando delegações da Ucrânia e da Rússia iniciaram uma terceira rodada de negociações depois que duas tentativas anteriores não produziram resultados concretos. No domingo, um segundo esforço para criar corredores humanitários para permitir que civis fugissem da violência na cidade portuária de Mariupol desmoronou , com a Ucrânia e a Rússia acusando-se mutuamente de quebrar o cessar-fogo previamente acordado.
Pelo menos 200.000 pessoas necessitadas estão presas na cidade costeira que foi submetida a um dia de bombardeio implacável pelas forças russas. As pessoas estão vivendo no que o grupo de ajuda Médico Sem Fronteiras, conhecido por suas iniciais francesas MSF, descreveu como uma situação “catastrófica” – sem comida, calor ou eletricidade.
Moscou propôs na segunda-feira novos corredores humanitários, oferecendo rotas que levariam civis à Rússia ou à Bielorrússia, que foram usadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, como plataforma de lançamento para sua invasão terrestre na fronteira norte da Ucrânia. A medida foi rapidamente repreendida pela Ucrânia como “imoral”.
Com informações das agências