Chacina de Unaí completa 18 anos; mandantes seguem impunes
Quatro servidores do Ministério do Trabalho foram executados com tiros na cabeça em 28 de janeiro e 2004
Publicado 27/01/2022 18:30 | Editado 27/01/2022 10:26
Em 2004, quatro servidores do Ministério do Trabalho foram assassinados, sendo três auditores do trabalho – Aratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson Perreira da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira. Todas as vítimas foram executadas com tiros na cabeça. Nesta sexta-feira (28), o crime completa 18 anos.
Passados 18 anos do crime, todos os envolvidos na chacina estão soltos, alguns aguardando o cumprimento de sentença. É o caso dos mandantes dos crimes, Norberto Mânica, Hugo Pimenta e José Alberto de Castro. Cada um desses mandantes foi condenado a mais de 60 anos de prisão. Apontado pelo Ministério Público como um dos articuladores da chacina e condenado pelo júri popular a mais de 80 anos de prisão, Antero Mânica, ex-prefeito da cidade de Unaí, teve sua condenação anulada pelo TRF 1 por falhas processuais e aguarda novo julgamento.
Já os executores, Erinaldo de Vasconcelos, Rogerio Alan do Santos e Willian Gomes de Miranda foram condenados a mais de cem anos. Todos cumprem prisão domiciliar, sendo que Rogerio Alan do Santos está foragido após se envolver em outro crime. Chico Elder Pinheiro, que contratou os pistoleiros para o crime, morreu na prisão em 2013 sem ser julgado. Humberto Ribeiro dos Santos teve a pena já prescrita.
Segundo o ex-delegado regional do Trabalho e atualmente assessor da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Carlos Calazans, a luta por justiça continua. “Seguimos lutando por justiça, apesar de a desesperança bater em nossa porta. “Nós, os amigos das vítimas, seus familiares e todos os auditores fiscais do Trabalho que lutam por justiça e pelas causas sociais não iremos desistir”, diz ele.
“Este crime foi contra o Estado Brasileiro e suas instituições. Passados 18 anos, é com tristeza que constatamos a impunidade sobre os mandantes e a liberdade dos assassinos”, lamenta Calazans que se dedica a manter viva a memória do dia 28 de janeiro de 2004.