Qual a relação entre o filme “Não Olhe para Cima” e o Brasil atual?

Cada personagem foi comparado com uma figura brasileira diretamente ligada no enfretamento da Covid-19 no Brasil, tanto positiva ou negativamente

Foto: Divulgação

O novo filme original Netflix “Não Olhe Para Cima” se tornou o mais assistido no mundo e também garantiu o primeiro lugar na lista de mais vistos no Brasil. Sucesso incontestável, o longa vem chamando atenção nas redes sociais. Para alguns, o tom caótico mostrado no filme se assemelha com o Brasil real da atualidade, principalmente quando envolve-se política, dinheiro e poder.

Sobre o filme

Os astrônomos Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) descobrem acidentalmente que um cometa vai colidir na Terra em 6 meses e 14 dias. Após uma frustrada tentativa de alertar o governo estadunidense sobre o fim do mundo, eles começam uma corrida midiática para tentar avisar toda sociedade o que está por vir.

A obra também retrata muito bem a sociedade atual, que com o advento das redes sociais, passaram a banalizar assuntos realmente importantes e preferem consumir conteúdos que envolvem as vidas dos famosos, como acontece com Riley Bina (Ariana Grande), uma cantora que havia se tornado a notícia do momento por ter terminado o namoro.

O filme mostra ainda como a sociedade capitalista realmente funciona, com os ricos querendo ficarem mais ricos e sempre pensando apenas no sucesso individual, até mesmo durante uma situação apocalíptica.

Negacionismo

A palavra “Negacionismo” foi uma das mais usadas pelos internautas para fazer a relação do filme com o Brasil.

A presidente dos Estados Unidos no filme, Janie Orlean (Meryl Streep), assim como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), são comparados, pois tanto na ficção, quanto na vida real, eles preferem ignorar a ciência em um momento catastrófico no mundo e tomam decisões que prejudicarão a sociedade como um todo. No caso, ela por querer camuflar o fim do mundo e ceder aos caprichos dos mais ricos, e ele por ir contra tudo o que a ciência recomendou para conter o surto de Covid-19 no Brasil.

Correlações também foram feitas com outros personagens, como por exemplo, quando a microbiologista Natalia Pasternak se irritou durante uma entrevista em um jornal em que os jornalistas amenizam e tentam florear as informações sobre a Covid-19. Já na trama, Kate Dibiasky perde a paciência, também durante uma entrevista, porque apresentadores lidam com a informação do fim do mundo como algo banal.

Repercussão na web

Fonte: Catraca Livre