Em defesa da deputada, PT vai à Justiça contra Ratinho por incitar o ódio

Em nota, a bancada do partido na Casa diz que ao sugerir “pegar uma metralhadora” contra a parlamentar, Ratinho extrapolou qualquer limite do direito de opinião e cometeu crime

A deputada Natália Bonavides (Foto: Marina Ramos/Agência Câmara)

A deputada Natália Bonavides (PT-RN) recebeu diversos apoio de solidariedade dos seus colegas na Câmara dos Deputados após o apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, ofendê-la em sua rádio Massa FM, uma concessão pública, com insinuações machistas, incitação ao ódio e homicídio. Parlamentares exigem que o apresentador seja punido.

“Natália, você não tem o que fazer? Vá lavar roupa, vai fazer algo, vá lavar as cuecas do seu marido, a cueca dele. Isso é uma imbecilidade. A gente tem que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora? (…) Feia do capeta também”, afirmou o apresentador.

Em nota, a bancada do PT na Casa diz que ao sugerir “pegar uma metralhadora” contra a parlamentar, Ratinho extrapolou qualquer limite do direito de opinião e cometeu crime. Ele colocou a vida e a integridade física da deputada em risco. “Em uma sociedade democrática e em pleno século 21, não se podem naturalizar ameaças, violência e ataques misóginos”, diz o partido.

A Bancada manifestou profunda solidariedade e apoio às medidas judiciais a serem adotadas contra o apresentador e empresário. “Aberrações como a que foram cometidas, alcançando milhares de pessoas, devem ser punidas com o rigor da lei. O ódio não irá vencer”, diz a nota.

O deputado do partido Zé Ricardo (AM) lembrou que a incitação ao ódio e homicídio são crimes previstos no código penal, a pena varia de 3 a 6 meses e de 1 a 3 anos. “A bancada do PT vai acionar juridicamente o apresentador por este ataque à deputada e a democracia”, antecipou.

“A ameaça de morte de Ratinho a nossa deputada é inadmissível. Dizer que a parlamentar deveria ser metralhada é incitar violência contra a parlamentar, colocando sua vida em risco. Terá que responder nos bancos dos tribunais”, disse a presidente nacional da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Solidariedade

A deputada Alice Portugal (BA), vice-líder do PCdoB na Casa, foi taxativa: “Minha integral solidariedade à deputada Natália Bonavides e repúdio a esse ato criminoso do apresentador Ratinho. Isso não pode ficar impune. Ele vai ter que ser responsabilizado! Fascistas e machistas não passarão!”

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), avaliou como deplorável a atitude do apresentador. “Minha solidariedade à deputada vítima de ataque machista do apresentador Ratinho. Um absurdo sugerir que a parlamentar fosse eliminada. Grotesco e violento! Não passarão!”, criticou.

A vice-líder da Minoria na Casa, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), lembrou que o Brasil registra um caso de feminicídio a cada seis horas e meia. “Este ‘comunicador’ precisa ser investigado e responsabilizado por ameaça e incitação ao ódio e ao homicídio”, cobrou.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o apresentador opera uma concessão pública que não pode abrigar um delinquente que incita o cometimento de crime contra uma deputada. “Já passou da hora de a Justiça dar um basta nesses fracassados que transformaram o ódio político em trampolim para alavancar Ibope. Toda a solidariedade à Natália Bonavides”, postou.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) diz que é inadmissível um comunicador usar o seu espaço para incitar o ódio e a violência. “Meu repúdio às declarações infelizes do apresentador Ratinho contra a deputada! A violência política contra as mulheres não pode ser naturalizada!”, escreveu no Twitter.

“Nossa solidariedade à deputada, que recebeu ataques machistas, criminosos e desproporcionais proferidas por um apresentador, numa rádio. Machistas não passarão!”, reagiu a deputada Luiz Erundina (PSOL-SP).

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