Cervejaria desiste de fábrica vizinha a sítio arqueológico de ‘Luzia’
Diante de polêmica criada, Heineken decide implantar nova fábrica em outro local de Minas sem afetar meio ambiente
Publicado 13/12/2021 19:48 | Editado 13/12/2021 22:46
Os ambientalistas agora já podem comemorar com um alegre tim-tim. A cervejaria holandesa Heineken anunciou nesta segunda-feira que desistiu de instalar uma unidade no município de Pedro Leopoldo, a 42 quilômetros de Belo Horizonte. A implantação da fábrica era contestada por ficar próxima à região onde foi encontrado o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas, com mais de 11 mil anos.
Defendido pelo governador Romeu Zema (Novo), pela prefeitura e parte dos moradores de Pedro Leopoldo, o projeto de R$ 1,8 bilhão foi barrado em setembro pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), diante do argumento de que a captação de água para a produção de cerveja iria criar grande impacto no lençol freático, sob risco de grutas e cavernas serem soterradas. A Sociedade Brasileira de Espeleologia também se posicionou contrária à nova fábrica em Pedro Leopoldo, e o Ministério Público de MG recomendou ao governo de Minas a anulação da licença concedida à fábrica de cervejas.
Mesmo com o boicote de inúmeros consumidores à sua cerveja, em outubro a Heineken obteve na Justiça uma liminar para retomar as obras. No entanto, nesta segunda-feira, o diretor de assuntos corporativos da cervejaria, Mauro Homem, anunciou a desistência da empresa quanto à instalação da fábrica em Pedro Leopoldo, município da Grande Belo Horizonte e próximo ao Aeroporto de Confins.
“Seguimos todos os ritos para obter a licença ambiental e temos autorização judicial para construir a cervejaria, mas nossa permanência ainda divida opiniões e, para seguirmos adiante, seria preciso dedicar mais tempo para realizar novos estudos. Por isso, tomamos a decisão de buscarmos nova área que atenderá a demanda dos próximos anos”, disse o diretor da Heineken.