Chile: pesquisa de 2o turno aponta empate entre Boric e Kast

O candidato de extrema-direita José Antonio Kast e represente das forças progressistas Gabriel Boric aparecem empatados com 39% da intenções de voto para o segundo turno das eleições presidenciais do Chile, marcadas para 19 de dezembro, segundo estudo da consultoria Cadem.

A pesquisa foi realizada entre 19 e 21 de novembro e a pergunta feita aos participantes foi: “Se o segundo turno presidencial fosse neste domingo, em quem vocês votariam?” 22% dos entrevistados disseram que não votariam, não sabem em quem votariam ou optaram por não responder.

Disputa acirrada

Com 99% dos votos apurados , nas eleições deste domingo Kast obteve 27,9% dos votos e Boric, 25,8% . Se o Boric reunisse o apoio de todos os grupos de esquerda e centro-esquerda participantes, chegaria a 46,5% dos votos. Se Kast conseguisse unir o outro bloco perfeitamente, isso acrescentaria 53,5%. 

No entanto, de acordo com a primeira votação conhecida, esses votos não seriam transferidos mecanicamente. Uma explicação pode ser buscada nessa grande porcentagem de eleitores que garantem que não votarão.

As primeiras posições

Os dois candidatos começaram a buscar acordos com os mais próximos política e ideologicamente para obter a maioria nas urnas.

À direita, Kast já recebeu o apoio “incondicional” da UDI e a promessa do candidato no poder, Sebastián Sichel, de se sentar para negociar um possível acordo. “Sempre argumentamos que nosso programa não está imutável, que há coisas que podem ser modificadas, que podem ser melhoradas”, disse Kast, que revelou que na mesma noite de domingo falou “com muitos líderes em busca de pontos de encontro. ” 

Já Gabriel Boric obteve o apoio imediato do Partido Socialista e a promessa dos democratas-cristãos de fazer todo o possível para impedir a consagração da extrema direita.

Parisi, o fiel da balança?

Por sua vez, Franco Parisi, cujo terceiro lugar foi a surpresa de domingo, anunciou que fará uma consulta virtual aos seus adeptos para definir quem apoiam no segundo turno.

“Vamos enviar a pergunta aos nossos adeptos: Quer votar no candidato A, no candidato B, não votar? Acreditamos na democracia”, disse Parisi, que não fez campanha no Chile porque vive nos Estados Unidos, onde teve que se refugiar devido aos diversos processos judiciais que abriu em seu país.

A situação no Congresso

Os dois participantes na votação conseguiram uma representação parlamentar fraca, mas se conseguissem alinhar em seu apoio todas as forças ideologicamente mais semelhantes, neste campo Boric enfrentaria a presidência em melhores condições que Kast, já que os senadores e senadores à esquerda do centro superam os da direita, cenário que se repete na Câmara dos Deputados.

Fonte: Pagina12