Dia da Consciência Negra foi festejado em vários lugares em BH

Manifestações começaram na noite de sexta-feira na capital mineira

Concentração na Praça da Liberdade antecedeu passeata até a Praça 7 - Foto Aloísio Morais

O Dia Nacional da Consciência Negra foi comemorado em Belo Horizonte em vários locais e momentos. Começou na noite de sexta-feira, 19, quando torcidas organizadas e coletivos antifascistas realizaram uma ação no viaduto Santa Tereza levantando bandeiras da luta do povo preto.

Ação no Viaduto Santa Tereza abriu as manifestações – Foto de Cadu Passos

Neste sábado, a cidade amanheceu prestando homenagens a personalidades negras e quilombolas em várias placas de ruas e avenidas na cidade. A Avenida dos Bandeirantes (símbolo da colonização, escravidão e genocídio de indígenas e negros), foi “rebatizada” como Avenida da Resistência Negra.

Nomes de ruas e avenidas foram rebatizadas – Foto Cadu Passos

Algumas personalidades negras foram nominalmente homenageadas, como é o caso do Dr. Luiz Gama, patrono da Abolição da Escravidão no Brasil, que teve seu nome estampado na Avenida Brasil. A lista de personalidades também reúne nomes como o de Carolina Maria de Jesus, catadora de papel e favelada que se tornou uma das escritoras mais relevantes para a literatura brasileira, o arquiteto paulista Tebas e Madalena Gordiano, mulher negra mantida em situação análoga à de escrava durante 38 anos por uma família branca, de classe média, em Patos de Minas e resgatada somente no ano passado.

Foto Cadu Passos

A intervenção artística chamou a atenção também para importantes quilombos criados como forma de resistência e sobrevivência de negros à escravidão no Brasil. Por cima das placas de algumas ruas com nomes de Estados foram colados adesivos com os nomes de quilombos existentes, respectivamente, em cada um deles.

Embora pacífica e não tendo havido depredação de nenhum monumento público em Belo Horizonte, a intervenção artística fez alusão também a um ato ocorrido neste ano em São Paulo, na qual pneus foram queimados em volta da estátua do bandeirante Borba Gato. Em diversos pontos da capital mineira foram colados pequenos adesivos com uma ilustração relembrando a ação realizada na capital paulista e a inscrição “Fogo nos racistas”.

Concentração na Praça da Liberdade, de onde partiu a passeata – Foto Aloísio Morais

No final da tarde, depois de uma concentração na Praça da Liberdade, foi realizada uma passeata pelas avenidas João Pinheiro e Afonso Pena até a Praça 7, no centro da cidade. A manifestação marcou não só o Dia da Consciência Negra como também a luta pelo ‘Fora Bolsonaro’, reunindo não só entidades ligadas ao movimento negro como também representantes de partidos políticos, de categorias profissionais, estudantes etc.

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