Cuba é um continente, todos os continentes

Pelo mundo afora levantam-se vozes contra o intervencionismo imperialista estadunidense e em defesa da soberania cubana, reivindicando o respeito à sua autodeterminação.

Muito provavelmente não há um país de cada um dos continentes em que não haja pelo menos um grupo solidário a Cuba, lutando pelo seu direito à autodeterminação, cerrando fileiras contra a sexagenária agressão imperialista desde a revolução de 1959.

Desde aquele glorioso 1º de janeiro até os dias atuais, Cuba sofreu incontáveis agressões e ameaças na vã tentativa de derrotar a revolução invencível.

Em consequência dos mais de 600 ataques terroristas promovidos pelo imperialismo estadunidense ao longo de seis décadas, 3.478 vidas de homens, mulheres e crianças foram ceifadas e outras 2.099 ficaram com alguma incapacidade.

Mas as agressões terroristas contra Cuba não se resumem a formas tradicionais e visíveis como assassinatos, derrubada de aviões e explosões em locais públicos. Há uma outra face desse terror, também nefasta, ainda que sorrateira, que é o infame bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos EUA há seis décadas.

As medidas restritivas impostas por Washington sempre causaram imensas dificuldades para o desenvolvimento de Cuba, impondo grandes limitações materiais suportadas pelo povo cubano ao longo de todo esse tempo, na tentativa de que esse mesmo povo, que se viu livre da ditadura de Batista, se levantasse contra Fidel e a revolução, movidos pelo descontentamento diante das dificuldades causadas pelo bloqueio.

O infame bloqueio, inaceitável desde o início, com base em fartos argumentos legais e humanitários, mostrou-se inútil em seu objetivo central ao longo de todo este tempo. Mas os EUA insistem em mantê-lo e amplia-lo, como ocorreu durante o governo Trump, com a imposição de 243 medidas coercitivas unilaterais, atingindo o fluxo de remessas dos EUA à ilha caribenha e o acesso a combustível. Tais medidas são mantidas desde a posse de Biden, sem qualquer sinal de mudança, pelo contrário.

Nem mesmo o vexame mundial que o governo estadunidense sofre a cada vez que uma Resolução pelo fim do bloqueio é votada na ONU, é capaz de sensibilizar os senhores da guerra do Departamento de Estado daquele país. Na última ocasião em que o assunto foi debatido e votado, em 23 de julho de 2021, pela 29ª vez os EUA foram derrotados fragorosamente. 184 nações votaram pelo fim das sanções, 3 se abstiveram e apenas 2 (Estados Unidos e Israel) votaram pela manutenção.

Mas se o bloqueio não é capaz, por si só, de dobrar o povo cubano em seu inabalável e determinante apoio e defesa da revolução e do socialismo, outros meios tem sido adotados para tentar dar credibilidade, legitimidade e influência a alguns cubanos e cubanas da estirpe dos traidores da pátria, a serviço do imperialismo, junto a uma minoria do povo da ilha caribenha e de parte da opinião pública mundial, buscando abrir caminho para uma espécie de “revolução colorida”, capaz de derrotar a revolução invencível.

O “armamento” usado faz parte do farto e diversificado arsenal daquilo que se convencionou chamar de guerra híbrida, que se não chega a ser algo recente, adquiriu grande potencial de contundência nessa era da comunicação instantânea e do predomínio de versões, manipulações de fatos e divulgação de mentiras travestidas de veracidade.

Na esteira da intensificação dessa forma de ataque à Cuba é que ocorreram as manifestações de 11 de julho passado, gestadas há meses, a partir de aparatos intervencionistas estadunidenses, oficiais e extraoficiais, com a mal disfarçada intenção de que pudesse ser o estopim para uma espécie de “golpe brando”.

Ficou devidamente comprovado que a mobilização para o 11 de julho foi alimentada durante meses por operadores e influenciadores não residentes em Cuba, partindo principalmente de Miami, financiado por fundos públicos do governo dos EUA e privados que destinam milhões de dólares para a viralização de notícias falsas e campanhas desestabilizadoras.

O relativo sucesso do episódio e seu superdimensionamento construído a partir do monopólio da narrativa aprisionada pelos grandes meios de comunicação a serviço do imperialismo ‘animou” a malta contra revolucionaria que anuncia para 15 de novembro uma nova “grande” manifestação em Cuba.

Mas Cuba não está só. Pelo mundo afora levantam-se vozes contra o intervencionismo imperialista estadunidense e em defesa da soberania cubana, reivindicando o respeito à sua autodeterminação.

Em especial na América Latina e Caribe, diversas organizações e movimentos, reunidos na “Rede Continental Latino-americana e Caribenha de Solidariedade a Cuba” levantam suas vozes em apoio a Cuba e seu povo.

A Rede Continental, em reunião realizada na quarta-feira (10), definiu a execução, desde já, de uma serie de atividades políticas e comunicacionais em defesa da revolução cubana e seu povo, ao mesmo tempo denunciando as ações intervencionistas patrocinadas pelos EUA ou por instituições a seu serviço.

Serão ações de amplitude mundial coordenadas a partir da Rede Continental, com jornadas de conversação, tuitaços de solidariedade, difusão de micro-vídeos de apoio e vigílias presenciais em frente a embaixadas e consulados estadunidenses.

Cuba é um continente, é todos os continentes, de onde emanam permanentes manifestações de apoio à revolução, à não-intervenção. Ao mesmo tempo, de agradecimentos pelos mais de 60 anos em que o mundo presenciou ações de grande solidariedade do povo cubano. Um dos maiores exemplos é a participação de médicos e profissionais de saúde cubanos em ajuda a povos vítimas de tragédias naturais e crises sanitárias, como a epidemia de Ebola em países africanos e agora mesmo, durante o período mais terrível da pandemia da Covid-19, quando a Brigada Henry Reeve esteve presente em vários países, inclusive Itália, ajudando a salvar vidas.

No momento em que termino de escrever esse texto já é noite. É certo que nessa noite, como em milhares de noites passadas e nas que virão, nenhuma criança dormiu ou dormirá nas ruas das cidades cubanas. É certo também que pela madrugada, nenhuma família cubana ficará aflita por não ter onde amparar um dos seus que seja acometido de qualquer doença. E ao amanhecer, nenhuma mãe ou pai daquela nação caribenha entrará em desespero por não ter uma escola onde seu filho possa estudar.

Cuba não está só!

Cuba vive!

Autor