Para aprovar a PEC do Calote, Bolsonaro libera R$ 1,2 bi aos deputados

Mesmo com a farra usando dinheiro público, o governo Bolsonaro só conseguiu 312 votos a favor da matéria, ou seja, quatro a mais do que o necessário para aprová-la. Na próxima terça-feira (9), haverá votação em segundo turno

(Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara)

Para garantir um calote nos estados, municípios e professores, o governo Bolsonaro liberou R$ 1,2 bilhão de recursos do chamado Orçamento Secreto para a provar a PEC dos Precatórios na madrugada de quinta-feira (4). Numa negociação comandada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foram oferecidos a cada parlamentar R$ 15 milhões em emendas.

Mesmo com a farra usando dinheiro público, o governo Bolsonaro só conseguiu 312 votos a favor da matéria, ou seja, quatro a mais do que o necessário para aprová-la. Na próxima terça-feira (9), haverá votação em segundo turno. A PEC ainda precisa ser aprovada no Senado.

De acordo com jornal Estadão, o recurso foi empenhado nas vésperas da votação e foi identificado nas emendas de relator-geral, mecanismo do orçamento secreto que permite a reserva de recursos sem que seja identificado o autor da solicitação ou os critérios para destinação do recurso.

A pretexto de pagar o Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, o governo tenta adiar o pagamento dos precatórios, dívidas da União reconhecidas judicialmente. Com isso, seriam liberados R$ 91,6 bilhões em recursos públicos.

Em entrevista ao jornal, o deputado Celso Maldaner (MDB-SC) revelou que só possível aprovar a matéria depois da liberação de emendas a quem votasse a favor. Segundo o emedebista, o valor discutido entre colegas de bancada foi de R$ 15 milhões por parlamentar.

 “Foi distribuído para quem votou com o governo. Nas votações mais importantes, que são solicitadas, quem vota com o governo recebe uma cota”, completou.

Questionado de como funciona o esquema, o deputado diz que ao acerto é feito com o líder. “Com as emendas de relator hoje em dia, se o deputado vai no ministério, eles dizem que não têm dotação orçamentária para atender. O ministro hoje não está tendo nada, manda falar com o presidente da Câmara, do Senado, porque a Comissão Mista do Orçamento é quem tem o recurso. Quem distribui (as emendas) é por aqui, na Câmara. Infelizmente, essa é a realidade. Aí, se você é oposição, vai fazer o quê? Não leva nada. Vota contra”, explicou.

Com informações do Estadão

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