Arte de Maria Bonomi homenageia os mortos pela pandemia
Instalada no Memorial da América Latina, em São Paulo, obra é uma reverência à dor de todos
Publicado 02/11/2021 11:55 | Editado 02/11/2021 12:00

Sob a chuva, na tarde de 27 de outubro, com o Brasil registrando mais de 606 mil mortos por covid-19, a artista Maria Bonomi atravessa o grande pátio do Memorial da América Latina, em São Paulo, para inaugurar, em frente ao Auditório Simón Bolívar, a obra Réquiem para os Tombados pela Covid-19 na América Latina.
Líderes de todas religiões do País e representantes dos povos africanos e indígenas se reuniram para rezar juntos por todas as vítimas do planeta e pelo fim da pandemia. As mãos postas em oração estão representadas pelas duas grandes placas da instalação.
“É preciso registrar o sofrimento que a América Latina e o mundo estão vivendo”, afirma a artista. Maria Bonomi, que traduz, em sua arte, os sonhos e as lutas da nossa história – um símbolo é o painel Epopeia Paulista, na Estação da Luz, também em São Paulo – sintetizou a dor e a perda através do vazio representado nas placas. Os mapas dos países estão no chão, deixando o contorno de seus limites no ar, através do qual podemos ver os prédios, os carros e o movimento da cidade e da vida tentando voltar à normalidade.
Nas superfícies das placas em aço com alturas de 6 e 4 metros estão representados 23 países: Antilhas Holandesas, Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Haiti, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Maria Bonomi descreve a obra no áudio abaixo:
Do Jornal da USP