Covid: Bolsonaro poderia ter evitado 467 mil mortes, acusam entidades
Governo será denunciado à ONU e ao Tribunal Penal Internacional
Publicado 30/09/2021 20:08 | Editado 30/09/2021 20:09
Entidades de diversos setores apresentarão à ONU (Organização das Nações Unidas) um documento no qual pedirão justiça diante da negligência da gestão Jair Bolsonaro durante a pandemia da covid-19. Omissões e erros do governo também serão denunciados ao Tribunal Penal Internacional como “crime de extermínio”. As informações são do jornalista Jamil Chade, do portal UOL.
O levantamento é resultado de uma iniciativa da Articulação para o Monitoramento de Direitos Humanos no Brasil (AMDH), que reúne Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), o Processo de Articulação e Diálogo (PAD) e o Fórum Ecumênico Act Brasil (FeAct). O projeto envolve, ainda, organizações parceiras, como o Fórum Nacional de Defesa do Direito Humano à Saúde, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Uma versão preliminar do informe foi apresentada em evento paralelo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e será submetida de forma oficial aos organismos internacionais em 4 de novembro. Segundo as organizações, os “atos de ação e omissão do Estado e do governo brasileiro na condução do enfrentamento da pandemia resultaram numa mortalidade por Covid-19 no Brasil quatro a cinco vezes maior do que a média mundial”.
Os dados têm como base um trabalho do pesquisador Pedro Hallal. Segundo ele, “quatro de cada cinco mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadas caso o País estivesse na média mundial em termos de enfrentamento da pandemia”.
Assim, de acordo com as estimativas do pesquisador, baseadas em dados consolidados no final de agosto de 2021, Bolsonaro tinha condições de evitar 467.093 óbitos se combatesse a pandemia à altura. Além das perdas, o governo é responsável pelo “sofrimento dos milhões de familiares, em particular os milhões de órfãos e sequelados que terão que enfrentar as consequências da desestruturação de suas famílias e vidas”, concluem as entidades.
Com informações do UOL