Cresce adesão a ato do dia 2 de outubro contra o fascismo
PSDB, PV e Cidadania passam a integrar o grupo que encabeça os atos juntamente com PDT, PSB, PT, PCdoB, PSOL, Rede, UP, PCB, PRC e PCO
Publicado 26/09/2021 15:05 | Editado 27/09/2021 15:42
Avança a preparação para a manifestação contra os intentos golpistas de Jair Bolsonaro e em defesa da democracia no próximo dia 2 de outubro na Avenida Paulista, no centro da capital. Como afirmou o presidente nacional do Cidadania, o ex-deputado constituinte Roberto Freire, “teremos uma expressiva manifestação pelo impeachment em 2 de outubro”.
Já são diversos partidos que estão unidos à coalizão “Fora Bolsonaro”, formada por mais de 80 entidades, para realizar a grande manifestação do dia 2 contra Bolsonaro e o fascismo. PSDB, PV e Cidadania passam a integrar o grupo que encabeça os atos juntamente com PDT, PSB, PT, PCdoB, PSOL, Rede, UP, PCB, PRC e PCO. Integrantes do MDB também vêm participando dos atos contra Bolsonaro, como foi o caso, no último dia 12, da senadora Simone Tebet.
Os organizadores estão convidando todas entidades da sociedade civil a se integrarem também à essa grande jornada de lutas pela democracia.
Reunião preparatória da manifestação
Uma reunião nesta sexta-feira (24), na sede do PCdoB, no centro da capital, com PSDB, PT, Cidadania, PCdoB, PSOL, PDT, PSB, Rede, PV e a coalizão Fora Bolsonaro, selou uma grande aliança política na preparação do ato o dia 2. “É um amadurecimento. Não dá para derrubar Bolsonaro só com partidos de esquerda, é preciso somar forças”, diz Carolini Gonçalves, do diretório tucano.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, defendeu que a manifestação do dia 2 de outubro tem que ser ampla, com participação de todos os que defendem o impeachment e o movimento Fora Bolsonaro. Para Juliano, as manifestações atuais têm que ser semelhantes às mobilizações das Diretas Já, que criaram as condições para a derrubada da ditadura.
Mobilizações semelhantes à campanha das diretas
“Acontecendo agora reunião dos partidos que estão apoiando as mobilizações do dia 2/10 em defesa do impeachment de Bolsonaro. Compromisso de ampliar o máximo possível, evitar hostilidades e criar um ambiente de unidade suprapartidária. Precisamos de algo semelhante às Diretas Já!”, escreveu nas redes sociais.
O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), disse que “ninguém aguenta mais este governo. O povo foi deixado de lado, sem empregos, com descontrole no preço dos alimentos, crise hídrica, além de milhares de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas com medidas mais contundentes de Bolsonaro”. O partido está fazendo parte da organização das manifestações pelo Fora Bolsonaro.
“Todas as nossas representações estaduais foram convocadas a participar dos atos da campanha. A principal manifestação será em São Paulo e nossa expectativa é que nossos dirigentes e militantes participem da concentração na Avenida Paulista, no dia 2 de outubro, às 15h00”, informa o partido.
No último dia 12 de setembro já houve a aglutinação de várias forças no ato contra Bolsonaro convocado pelo MBL. Uma ampla frente, que contou com a presença do governador de São Paulo, do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), da senadora Simone Tebet (MDB), do senador Alessandro Vieira (Cidadania), do deputado Orlando Silva (PCdoB), da deputada estadual, Isa Penna (PSOL), da presidente da UNE, Bruna Belaz, e de cinco centrais sindicais.
A maior unificação das forças políticas nacionais para as mobilizações, tanto do próximo dia 2, quanto no dia 15 de novembro, foi reflexo da ação de diretórios nacionais de partidos de centro após as ameaças de Bolsonaro à democracia no 7 de Setembro, quando vários partidos anunciaram início de discussões internas sobre o apoio ao impeachment. No dia 9, por exemplo, o PSDB passou oficialmente para a oposição a Jair Bolsonaro.
Estudantes e trabalhadores contra o bolsonaro STUDANTES E TRABALHADORES CONTRA BOLSONARO
As centrais sindicais estão se mobilizando para a manifestação do dia 2. A CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical e Pública, de forma unitária, convocam toda a classe trabalhadora aos atos Fora Bolsonaro, no dia 02 de outubro, em todos os Estados do Brasil, e também em outros países.
A próxima mobilização contra Bolsonaro será o dia 2 de outubro e, no dia 15 de novembro, dia da Proclamação da República. Nestas datas a frente ampla retornará às ruas em defesa da democracia.
A presidente da UNE, Bruna Brelaz, está não só convocando os estudantes universitários para o ato de 2 de outubro como articulando setores da frente democrática para engrossarem as manifestações de rua contra Bolsonaro. “Tirar Bolsonaro é assegurar o palco democrático para discutir divergências”, acrescentou, ao mencionar que a entidade estudantil busca apoio para os protestos da esquerda. Os atos devem ocorreram em 2 de outubro, na Avenida Paulista.
“Vamos ocupar as ruas em protesto contra o caos que representa, ao país, ter o mitômano Jair Bolsonaro na Presidência da República: desemprego recorde, fome, carestia, inflação, corrupção, retirada de direitos, desmonte dos serviços públicos e das estatais, ataques à democracia, à soberania e às liberdades, atropelo da ciência e desprezo à vida”, afirmam os dirigentes das centrais sindicais.
O diretor da UMES, Lucca Gidra, afirmou que a UMES-SP estará nas ruas dia 2 contra Bolsonaro. A nossa entidade estará presente nas manifestação brigando pelo Fora Bolsonaro, disse o dirigente da entidade. “Nós lutamos em defesa da democracia e sabemos que para derrubar Bolsonaro temos que ter atos amplos e massivos. Estamos ampliando e ganhando força para derrotar o fascismo”, acrescentou Lucca.
“Em pouco tempo Bolsonaro vem destruindo nosso país como nunca se viu na história. Pessoa ruim, mentirosa, grosseira, ignorante, egoísta, truculenta, corrupta, incapaz de qualquer sentimento de bom pelo próximo. Não é à toa que esse sujeito desumano tem conduzido nosso país para uma crise sem precedentes, com centenas de milhares de mortos, milhões de desempregados, sem saúde, sem escola e com fome”, denunciou om diretor da UMES-SP.
“Sem nenhum tipo de vergonha ou limites, ele levou o Brasil a passar vergonha internacional, transformando a Assembleia Geral da ONU em palco para contar suas mentiras, atacar os brasileiros que pensam diferente dele, tudo isso ao mesmo tempo em que espalhava o Coronavírus por aí, com diversos casos confirmados em sua delegação, inclusive o ministro da saúde, e com o próprio presidente que até agora não se vacinou. Bolsonaro precisa pagar por todos os crimes que cometeu, precisa sair imediatamente da presidência, pois ali não é lugar para ladrão e muito menos para quem atenta contra a vida e a democracia”, prosseguiu Luca. Por isso, a única alternativa que temos é sair para as ruas neste 02 de outubro, em defesa do Brasil e da Democracia! Para defendermos o país, precisamos nos livrar de Bolsonaro o mais rápido possível. Por isso, a UMES chama todos para comparecer a Avenida Paulista em uma grande mobilização pelo FORA BOLSONARO!
“Cada dia a mais que Bolsonaro acorda como presidente da República, o Brasil afunda, perde e se perde do mundo, mantendo-se como pária atado à espiral de crises (sanitária, política, econômica, institucional e diplomática) geradas pela incompetência e projeto pessoal de poder de Bolsonaro e da sua inepta equipe de governo”, diz a nota das entidades, assinada por dez dirigentes das centrais.
“Em um país com 212 milhões de habitantes, cuja maioria, segundo todas as pesquisas, rejeita e desaprova Bolsonaro, é urgente que o Congresso Nacional atenda o clamor popular e acate a abertura de processo de impeachment para que Bolsonaro seja afastado e seus crimes apurados e julgados. Já são mais de 130 pedidos engavetados na presidência da Câmara dos Deputados, enquanto o país afunda no lodo presidência”, denunciam os trabalhadores.
Bolsonaro confessou crime na ONU
O jurista Miguel Reale Jr afirmou que o discurso de Jair Bolsonaro na ONU foi uma “confissão” de culpa e “reforçou o crime” de charlatanismo por insistir que o uso de cloroquina ajuda no tratamento de Covid-19, mesmo que todas as pesquisas demonstrem que isso é mentira.
Miguel Reale, que assessora a CPI da pandemia, afirmou que Bolsonaro não só ameaçou a democracia no 7 de Setembro como confessou que cometeu crime. “Era uma confissão. Ele confessa que usava cloroquina, que mandava cloroquina e ainda vai ao púlpito da ONU fazer campanha da cloroquina. Reforça o crime catalogado na nossa legislação como charlatanismo”, disse o jurista.
Da Hora do Povo