Covid: com 2 mil mortes diárias, EUA atingem pior nível, desde março

A maioria das recentes hospitalizações e mortes por Covid-19 no país ocorreram entre indivíduos não vacinados em estados de maioria trumpista/republicana. Mortes já ultrapassaram pandemia de 1918.

O número médio de mortes diárias de covid-19 nos EUA aumentou para seu nível mais alto desde o início de março de 2021, em meio ao ressurgimento alimentado pela variante Delta. O país está novamente em um ponto onde uma média de mais de 2.000 pessoas morrem de covid-19 todos os dias, informam os dados da Universidade Johns Hopkins.

Foram 3.146 mortes registradas nas últimas 24 horas, com média móvel de 2.036 notificações diárias. Os novos contágios notificados foram 128.043, mas média móvel de 126.760. A pior média diária de contágios foi de 260 mil e de óbitos foi de 3.300 por dia, ambos em meados de fevereiro de 2021.

Onda crescente de óbitos ocorre em meio a farta oferta de vacinas rejeitadas por parcelas da população

A maioria das recentes hospitalizações e mortes por covid-19 no país ocorreram entre indivíduos não vacinados. Esse dado é verificável, conforme a taxa média de mortalidade nos 10 estados menos vacinados foi cerca de quatro vezes maior do que a taxa nos 10 estados mais vacinados.

Em sua última atualização na manhã de quinta-feira, o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins revelou que o número de casos atual e o número de mortos no país eram de 42.539.373 e 681.111, respectivamente.

Até a data, 54,8% da população total dos EUA foi vacinada contra a covid-19, de acordo com o UCenters for Disease Control and Prevention. Considerando a disponibilidade de vacinas, o índice é lamentável, pois sugere uma resistência de parcelas da população em se vacinar. O país ainda sofre com disputas políticas em estados de governos republicanos sobre a vacinação, o uso de máscaras e protocolos de distanciamento social.

No início deste mês, o presidente democrata Joe Biden lançou uma nova regra que exigirá que todos os empregadores privados com 100 ou mais funcionários garantam que seus trabalhadores sejam vacinados ou testados uma vez por semana.

Pontos quentes revelam impacto maior da pandemia atual em estados com baixa vacinação, de perfil conservador e interiorano. Alasca, estado de governo republicano, tem a pior situação.

Pandemia de 1918

Os EUA já ultrapassaram 675.000 mortes, o número estimado de vítimas da pandemia de 1918, que durante um século foi a pior pandemia a atingir o país. A comparação é reveladora da incapacidade dos americanos em prevenir uma tragédia similar, mais de cem anos depois.

A comparação não é precisa, devido à subnotificação maior àquela época e à população muito três vezes menor, também. Com isso, deve-se considerar que os números atuais ainda são bem menores que aqueles da primeira guerra mundial.

Por outro lado, os números desastrosos atuais, ainda crescentes, ocorrem em meio a uma ampla e farta campanha de vacinação que não havia em 1918.

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