ANS realiza diligência na Prevent Senior para CPI da Covid

Buscas visam documentos sobre prescrição do chamado kit covid, e suposto ocultamento de vítimas testadas com kit covid

Hospital que ficou conhecido pelo morticínio de idosos por covid-19 no início da pandemia.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou hoje (17) diligência na operadora de saúde Prevent Senior, na capital paulista. Três servidoras da diretoria de fiscalização da agência recolheram documentos no prédio da operadora na avenida Brigadeiro Luís Antônio. As buscas se estenderam das 10h30 às 14h30.

“Foram solicitados esclarecimentos a respeito das denúncias sobre cerceamento ao exercício da atividade médica aos prestadores vinculados à rede própria da operadora, e sobre a assinatura de termo de consentimento, pelos beneficiários atendidos na rede própria, para a prescrição do chamado kit covid”, disse a ANS em nota.

A Prevent Senior é um dos alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. A operadora chamou atenção dos senadores após denúncias de uma possível pressão para que os médicos conveniados prescrevessem medicamentos do chamado tratamento precoce para a covid-19, sem eficácia e segurança comprovada. 

O plano de saúde ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, para tratar a Covid-19. A pesquisa foi divulgada e enaltecida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (ex-PSL), como exemplo de sucesso do uso da hidroxicloroquina. Ele postou resultados do estudo e não mencionou as mortes de pacientes que tomaram o medicamento.

A CPI da Covid recebeu um dossiê com uma série de denúncias de irregularidades, elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent. O documento informa que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Segundo o dossiê, o estudo foi um desdobramento do acordo.

Além disso, a empresa, que é sediada em São Paulo, também é acusada de proibir uso de protocolos recomendados para o tratamento da covid-19.

Com informações da Agência Brasil

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