Manifestações deste domingo reunirão amplas forças contra Bolsonaro
Parlamentares e lideranças de vários partidos, sindicalistas, líderes estudantis e artistas estarão presentes às manifestações.
Publicado 11/09/2021 18:55 | Editado 12/09/2021 23:03

Representantes de um amplo espectro de forças políticas anunciaram presença nas manifestações que deverão ocorrer em cerca de 15 capitais brasileiras. Os atos, cuja palavra de ordem é Fora Bolsonaro, foram convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), mas ganharam adesão de diversas entidades do movimento social, entre elas centrais sindicais e entidades estudantis e de partidos políticos.
Cinco das maiores centrais sindicais brasileiras reforçaram a convocação. Em nota, as centrais afirmam que a participação de Bolsonaro nos atos da terça-feira (7) foi deplorável. “É inquestionável que o objetivo do Presidente e de seus apoiadores é dividir a Nação, empurrar o país para a insegurança, o caos e a anarquia, resultado da reiterada incitação ao rompimento da legalidade institucional, do descumprimento dos preceitos contidos na nossa Constituição democrática”, diz o texto.
“Seu único interesse é permanecer aferrado ao poder mesmo que isso signifique romper a legalidade democrática, visto que é cada vez mais evidente seu isolamento político e a perda de apoio popular, em suma, seu projeto de reeleição escorre entre os dedos”, completa o texto, assinado por Miguel Torres (Força), Adilson Araújo (CTB), Ricardo Patah (UGT), Antonio Neto (CSB) e José Reginaldo Inácio (Nova Central).
O presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que a central está convocando os trabalhadores a defenderem os seus direitos e a democracia. “Devemos acompanhar, não somente esta manifestação, como as muitas que virão. O que nos move é ganhar as ruas contra a alta da inflação, o crescimento do desemprego e da miséria, o custo de vida”, disse ele.
Para o dirigente da CTB, o movimento em defesa da democracia e dos direitos exige mais amplitude a cada dia. “Precisamos de algo muito maior para imprimir uma derrota ao desgoverno Bolsonaro. Depois do dia 12, teremos também o dia 18, uma iniciativa do Fórum Direitos Já”, adianta o sindicalista. “Penso que tudo isso reforça o sentimento que, com Bolsonaro, não dá mais”, completa Adilson.
Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o dia 12 é muito importante para unificar as forças pelo impeachment do presidente da República, mesmo com muitas diferenças com o MBL. “A questão eleitoral é outro degrau que nós vamos ter que enfrentar e com certeza nós não estaremos com eles. Nesse momento é importantíssimo a sociedade se unificar e tirar esse mal maior que é o atual presidente”, afirmou o sindicalista.
Para Miguel, “se nós queremos que o país volte a crescer e se desenvolver, nós temos que passar por cima de algumas divergências para unificar todos em uma causa que é comum. E hoje o que é comum é a urgência de derrotar o Bolsonaro. A ideia das centrais é termos uma frente ampla para que, ano que vem, possamos ter um candidato que possa retomar o desenvolvimento do país. Não será uma tarefa fácil, sabemos disso”, concluiu.
Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), afirmou que o ato de domingo “pode ser o momento de conseguir ampliar o diálogo para que outros setores façam parte das mobilizações pelo Fora Bolsonaro”. “A UNE, nas resoluções de seu último congresso, aprovou a campanha pelo Fora Bolsonaro. Então toda e qualquer manifestação que tenha esse objetivo precisamos dar força”, completou Bruna.
Lucca Gidra, diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), afirmou que “é fundamental que todos participem dos atos contra o governo Bolsonaro, não apenas os estudantes, mas toda a sociedade. A gente não pode ter medo da amplitude. Só é possível fazer um real combate contra o fascismo, contra esse governo obscurantista, ampliando nossas forças nas ruas”.
Lideranças partidárias
PSB, PDT, PCdoB, Cidadania, Rede, Solidariedade, PV, Novo, parlamentares e representantes do PSDB, MDB, DEM, do Novo, do Avante, do Psol, do Patriota, do PL e PSL já confirmaram presença na manifestação de São Paulo, que ocorrerá na Avenida Paulista. Estarão no palanque: o ex-governador Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB), o senador Alessandro Vieira (Cidadania), o deputado Orlando Silva (PCdoB), a deputada Isa Penna (Psol), o deputado Marcelo Ramos (PL), vice-presidente da Câmara, o ex-ministro Henrique Mandetta (DEM), o deputado Kim Kataguiri (DEM), João Amoedo, presidente do Novo, Alessandro Molon (PSB), Tábata Amaral (PDT), André Janones (Avante), Artur do Val (Patriota) e outras lideranças políticas.
Ciro Gomes afirmou que vai ao ato. “Irei à manifestação do dia 12 na Avenida Paulista e sempre tentarei ir a outras manifestações que forem convocadas contra Bolsonaro. Seja qual for o sacrifício e risco que isso represente, há algo maior que tudo: o futuro do Brasil e da nossa democracia”, disse o ex-governador.
O deputado Orlando Silva (PCdoB) defendeu a ampliação da luta contra Bolsonaro. “Não podemos cair na armadilha de 2022. A lógica não pode ser se os atos vão fortalecer ou enfraquecer determinado candidato. O nosso problema é enfrentar Bolsonaro hoje. Se eu for subordinar a disputa que fazemos hoje em defesa da democracia, contra o Bolsonaro, à disputa eleitoral, eu vou diminuir a dimensão do debate. Então, a minha expectativa é que as lideranças de esquerda possam participar da manifestação que tem como núcleo a defesa da democracia”, argumentou.
O Presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire, postou um vídeo em que o deputado federal Alex Manente convoca as pessoas para os atos, inclusive dando as localizações das manifestações em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. “O líder do Cidadania, deputado Alex Manente convocando para a manifestação do próximo domingo 12 de setembro na Avenida Paulista. A unidade das oposições nas redes e nas ruas. Impeachment já!”, disse Freire.
O cantor Tico Santa Cruz também afirmou que irá para as ruas contra o presidente da República, mesmo não concordando com algumas pautas do MBL: “Estarei nas manifestações do dia 12 de setembro, organizadas pelo MBL pelo ‘VemPraRua’ – não significa que apoio às pautas ideológicas que dentro do campo democrático devem ser debatidas. Significa que sou capaz de deixar as diferenças de lado para pedir Fora Bolsonaro”, disse o músico.
Com informações do HP