Instituições financeiras elevam estimativa de inflação para 7,58%
Esta projeção só subiu, por 22 semanas seguidas, sem perspectiva de queda. O BC usa essa projeção para aumentar juros,
Publicado 06/09/2021 11:37 | Editado 06/09/2021 11:51
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 7,27% para 7,58%, neste ano. É a 22ª elevação consecutiva na projeção. A estimativa está no boletim Focus de hoje (6), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,98%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.
A projeção para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
Em julho, a inflação subiu 0,96%, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta ficou 1,19%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,76%, no ano, e 8,99%, nos últimos 12 meses.
Os dados de agosto devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima semana, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,89% no mês passado, a maior variação do IPCA-15 para um mês de agosto desde 2002 (1%).
A inflação já é a maior em 20 anos; o litro da gasolina passou dos R$ 7,00; o óleo de soja subiu 83,19%; o arroz, 47,74%; o músculo, 46,74%; o gás de cozinha R$ 120,00. Segundo o DIEESE, uma cesta básica consome mais da metade do salário mínimo.
— Paulo Paim (@paulopaim) September 5, 2021
??? SP, RJ e Brasília saíram pro feriado assim! Ocupar as ruas porque ELES SÃO MINORIA. Ninguém mais aguenta desemprego e inflação.
Ninguém mais aguenta Bolsonaro. #bolsocaro
São Paulo no GIF! (1/3) pic.twitter.com/qrXu8u2nIM
— abocadelobo ?? (@abocadelobo) September 3, 2021
Exército diz que inflação causa falta de alimentos em quartéis de Brasília
Arroz e feijão devem acabar em dois dias; Comando Militar do Planalto tem feito desfiles com Bolsonarohttps://t.co/2bukwJKmYl
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) August 31, 2021
Olha como está a mesa do povo: tomate, frango em pedaços, frutas e leite longa vida estão entre os alimentos que mais aumentaram de preço de julho p/ agosto, segundo o IBGE. Enquanto o reajuste salarial ficou menor que a inflação. #7SForaBolsonaroEuVou
— MST Oficial (@MST_Oficial) September 3, 2021
Rodrigo Maia insinuando que Bolsonaro é gay. Bolsonaro insinuando que Rodrigo Maia é gay.
40% de pessoas em situação de insegurança alimentar, 14% de desemprego, 9% de inflação, quase 600 mil mortos e os políticos fiscalizando orientação sexual alheia.
— Quebrando o Tabu (@QuebrandoOTabu) September 5, 2021
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7,63% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 7,75% ao ano. Tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,22% para 5,15%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,93%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,35% e 2,5%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,15 para R$ 5,17 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,20.
Da Agência Brasil