Morre aos 75 anos o economista João Sayad
Ex-ministro e professor da Universidade de São Paulo estava internado no Sírio Libanês para tratamento de um câncer
Publicado 05/09/2021 20:43
Morreu neste domingo, aos 75 anos, o economista e professor João Sayad, em decorrência de complicações onco-hematológicas. Ele estava internado desde o dia 30 de agosto no Sírio Libanês de um câncer que o acometeu há pouco mais de dez anos.
Sayad faria 76 anos no dia 10 de outubro. Nascido em São Paulo, formou-se em economia pela FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo) em 1967 e começou a dar aulas na instituição já no ano seguinte. Concluiu o mestrado em 1970 e desde 1978 era livre-docente.
Além de uma vasta vida acadêmica, Sayad ocupou diversos cargos públicos e em instituições ligadas à educação e à economia desde o fim dos anos 1970.
2007-2010 | Governo de São Paulo, com José Serra (PSDB) | Secretário de Estado da Cultura e presidência da Fundação Padre Anchieta, responsável pela gestão da TV Cultura. |
2001- 2004 | Prefeitura de São Paulo, com Marta Suplicy, ainda no PT. | Secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico |
1985-1987 | Na eleição indireta de Tancredo Neves para presidência da República, continuada por José Sarney, após sua morte | Ministro do Planejamento, substituindo Delfim Neto. |
1983 | Governo de São Paulo, com Franco Montoro (1983-1987) | Secretário de Fazenda aos 37 anos |
Quando foi ministro, Sayad era contra a política econômica de juros altos e corte nos gastos públicos, o que o colocou em conflito com Francisco Dornelles, então ministro da Fazenda. Ainda esteve na equipe que criou o Plano Cruzado, em 1986, em substituição ao cruzeiro. Em 1987, deixou o governo Sarney e voltou a dar aulas na FEA-USP.
Em 2009, publicou “Que país é este?” (ed. Revan), uma reunião de seus artigos acadêmicos e de opinião. Pelo selo Portfolio Penguin, da Companhia das Letras, publicou em 2015 o livro “Dinheiro, dinheiro: Inflação, desemprego, crises financeiras e bancos”.
Veja a repercussão:
João Sayad nos deixou. Uma das pessoas mais admiráveis que já conheci. Inteligente, bem-humorado, generoso… não cabe num tuíte nem numa biblioteca o tamanho desse ser humano. Que perda enorme! Choro um irmão!!
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) September 5, 2021
João Sayad foi um gigante da economia, um brasileiro especial. Generoso, me propôs que o projeto Guri fosse instalado nos CEUs de SP. “João, quanto custa?”, perguntei. “Criar uma geração de músicos, artistas e cidadãos criativos”, respondeu. Obrigado sempre, João. pic.twitter.com/fCwu7dg0BS
— Alexandre Schneider (@alexandres01) September 5, 2021
Nas poucas trocas que tive com João Sayad ele me impressionou pela generosidade e gentileza, além da competência. Perdemos hoje um grande economista.
— Laura Carvalho (@lauraabcarvalho) September 5, 2021
Faleceu hoje João Sayad. Minhas homenagens e condolências aos familiares. Tivemos contato quando trabalhei com o José Serra. Sem dúvida, alguém com espírito público genuíno. pic.twitter.com/oh9yFaOXv8
— Felipe Salto (@FelipeSalto) September 5, 2021
Morreu o querido João Sayad. Foi um grande economista. Ajudou muito o Brasil como ministro e a cidade de São Paulo, como secretário de finanças.
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) September 5, 2021
Extremamente triste com a perda de um grande amigo. João Sayad era uma figura ímpar, um economista diferenciado, de espírito iluminado e inquieto, e amplos horizontes intelectuais. Ao longo de quase 3 décadas conversamos por horas sempre q era possível. Mais uma triste perda.
— Leda Paulani (@LPaulani) September 5, 2021
Acabou de falecer João Sayad, ex-Ministro do Planejamento no Governo Sarney e professor de Economia Monetária da USP. Uma grande perda intelectual e moral. Sayad escreveu um ótimo prefácio para o livro “Macroeconomia Moderna”, que organizei com Giba e Sicsu em 1999. Fará falta! pic.twitter.com/oIHcdai0G7
— Luiz Fernando de Paula (@luizfpaula) September 5, 2021
João Sayad (1945-2021) foi desses ternos amigos que iluminavam o dia de todas as conversas e desses raros intelectuais que arregaçava as mangas e agigantava todos os cargos que assumia. Meus sentimentos a Beatriz, Cecília e toda família. Que falta nos fará. R.I.P. pic.twitter.com/XR1MYxDhgC
— Amir Labaki (@amirlabaki) September 5, 2021