15 partidos estão contra voto impresso; Câmara deve rejeitar proposta
Legendas contrárias à PEC somam 330 deputados
Publicado 09/08/2021 10:29 | Editado 09/08/2021 10:42
Os deputados federais devem sepultar de vez, nesta semana, o retrocesso do voto impresso. Conforme levantamento do jornal O Globo, 15 dos 24 partidos com representação na Câmara estão contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a impressão do voto.
O levantamento, publicado nesta segunda-feira (9), foi feito com líderes e dirigentes das siglas. Declaram-se contrários ao voto impresso representantes de PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PSOL, Avante, PCdoB, Cidadania, PV e Rede. Juntas, essas legendas somam 330 deputados.
Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, o voto impresso precisa de 308 votos a favor (de um total de 513 deputados) para ser aprovado. Mas apenas o PSL, que tem 53 deputados, e o bloco formado por Pros, PSC e PTB, com 33 deputados, se declararam a favor do voto impresso.
Representantes de Republicanos (32 deputados), Podemos (10) e Novo (8) disseram que essas siglas ainda não se decidiram, enquanto o Patriota (6) não respondeu. O PP (41) vai liberar a bancada. A orientação de uma liderança não significa necessariamente que todos os deputados daquele partido votarão de acordo com a legenda, mas são uma indicação de como as bancadas se comportarão.
Na última quinta-feira (5) a PEC foi rejeitada pela comissão especial por um placar expressivo – 23 votos contrários a 11 favoráveis. No entanto, como o colegiado não tem caráter conclusivo, apenas opinativo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), optou por levar o tema ao plenário. A proposta, no entanto, deve ser rejeitada.
A PEC foi apresentada por Bolsonaro, que tem insistido em uma narrativa mentirosa de que as urnas eletrônicas só poderão ser auditáveis se houver um comprovante impresso do voto. Bolsonaro já foi desmentido inúmeras vezes pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que garante que as urnas, como funcionam hoje, são seguras e auditáveis.
Com informações do O Globo