STF abre investigação contra Bolsonaro para apurar ataques à legitimidade das eleições

Investigação tramitará junto ao inquérito sobre ofensas ao tribunal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitou hoje (4) a notícia-crime encaminhada à Corte pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Jair Bolsonaro. 

Na decisão, Moraes determinou a instauração imediata de investigação sobre a conduta do presidente durante a live transmitida na semana passada pelas redes sociais. Na transmissão, foram apresentados apresentados vídeos de eleitores que foram às urnas em eleições anteriores apontando supostos indícios de fraudes na utilização da urna eletrônica.

Bolsonaro reiteradamente tem dito que o sistema de urnas eletrônicas não é confiável, já afirmou que uma eleição sem voto impresso não terá legitimidade e chegou a colocar em dúvida a realização das eleições do ano que vem.

A investigação tramitará em conjunto com o inquérito que apura divulgação de informações falsas e ataques ao STF, cujo relator é Alexandre de Moraes. 

O envio da notícia-crime foi feito após o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reafirmar que, desde implantação das urnas eletrônicas, nenhuma fraude foi registrada no sistema de votação. 

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Leia decisão de Alexandre de Moraes que incluiu Bolsonaro em inquérito

Ameaça fora das 4 linhas

Em entrevista à rádio Jovem Pan, transmitida pelo próprio presidente em seus canais nas redes sociais, Bolsonaro comentou a decisão do STF.

Após se tornar alvo do inquérito que vai investigar seus ataques ao sistema eleitoral, Bolsonaro ameaçou nesta quarta-feira reagir “fora dos limites da Constituição”.

“Esse inquérito não está dentro das quatro linhas da Constituição, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse Bolsonaro em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

“Queremos eleições limpas. Não vai ser o inquérito, agora na mão do senhor querido Alexandre de Moraes, pra tentar intimidar. Lamento o próprio TSE tomar certas medidas para investigar, me acusar de atos antidemocráticos. Eu posso errar, tenho direito a criticar, mas não estamos errados.”

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