Por todo sonho não sonhado, lutemos
Não é admissível que mais de meio milhão de brasileiros tenha suas vidas ceifadas pela negligência de um só homem.
Publicado 02/08/2021 08:17 | Editado 02/08/2021 11:11
Quando início essas linhas, me pego a pensar nessa dualidade, histórica e infinita da luta de classe. Outro dia vendo e ouvindo a fala de uma ministro da economia de meu país, justificando com romantismo e dissimulação aos membros do parlamento, fossem de esquerda , fossem de direita ,que estavam todos alí do mesmo lado.. lutando pelas mesmas coisas, garantir o trabalho “ o desenvolvimento do pais” .
Discutir o papel do Estado sobre as políticas de geração de emprego e renda, ouvir as falas de um dos ministros do governo que mais retirou e ainda retira direitos das classe trabalhadora no Brasil ao tempo que me dava ascos, me questionava que tipo de outro Estado é possível com tantos melindres, e novelos de um ordenamento jurídico , político e econômico que só funcionam com um único objetivo. Fazer lobby para empresários das diversas áreas do setor dito produtivo, para rentistas e para manter os privilégios de castas da política brasileira.
Uma centenas de parlamentares que empregam outras centenas de assessores que estão alí para sangrar os orçamentos públicos em campanhas eleitorais, vide orçamento aprovado do fundão partidário, seja de orçamentos paralelos para a compra de outros parlamentares na aprovação de interesses diversos e distintos do interesse nacional.
A parcela diminuta seja de senadores, seja de deputados que representam os interesses da classe trabalhadora, diminui a cada legislatura. O interesse nacional é na grade maioria das vezes secundarizados por pautas de ordem falso moralista ou pior, negacionistas dos reais problemas nacionais, a crise sanitária tem sido a maior delas. Não é admissível que mais de meio milhão de brasileiros tenha suas vidas ceifadas pela negligência de um só homem.
Vivemos dias difíceis que confesso não sei até onde marcharemos sobre o discurso vazio daqueles que insistem em não ouvir o clamor de quem morre de fome, sem emprego e sem dignidade. Onde estão os arautos do moralidade pública, os que juraram sacro a constituição federal, os que diziam amar o Brasil, diante de tanta desfaçatez do Presidente Bolsonaro ao assumir publicamente seu amor pelo centrão, as milícias e aos ataques a democracia.
Um novo estado precisa ser reconstruído, pelas mãos do povo, para que novamente possamos sonhar em reconquistar tudo aquilo que perdemos, todo sangue derramado, todo sonho não sonhado.
Samuel Duarte Siebra é enfermeiro, professor e membro da Sec. Formação PCdoB-CE