Chanceler responsabiliza EUA por ataque terrorista a embaixada cubana

França vai investigar responsáveis, mas governo cubano critica campanha americana contra Cuba como instigadora desse tipo de ódio. Incêndio foi debelado sem ferir nenhum funcionário da embaixada.

Ataque de bombas caseiras à Embaixada de Cuba em Paris.

Por volta das 23h45 desta segunda-feira (26), ocorreu um atentado terrorista contra a embaixada de Cuba na França. Três coquetéis molotov foram lançados em direção ao quartel-general, dois alcançaram o perímetro externo da embaixada e um não entrou.

Como resultado, eclodiu um incêndio, que foi apagado por funcionários da missão diplomática. A polícia e os bombeiros correram para o local, informou a embaixada cubana com sede em Paris.

Uma autodenominada Associação Europeia para Cuba Livre assumiu a responsabilidade pelo ataque. “Proclamamos nossa solidariedade com a ação levada a cabo contra a embaixada ilegítima de nosso país na França, diante da qual tantas vezes nos manifestamos”, declarou o grupo que assumiu a responsabilidade pelo ataque.

A França condenou o ataque e garantiu abrir investigação para identificar os responsáveis.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, denunciou o ato terrorista e responsabilizou o governo dos Estados Unidos.

O chanceler classificou o atentado contra a sede diplomática como uma ação terrorista e disse em sua conta no Twitter que Washington é o responsável por esses fatos, devido às suas contínuas campanhas contra a nação caribenha, que incentivam tal conduta.

Rodríguez também se referiu aos contínuos apelos à violência que, com total impunidade, são feitos a partir do território norte-americano.

Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia cubana também negou a notícia de supostas manifestações populares na ilha, veiculadas nas redes sociais.

“Cuba está em total calma”, destacou o ministro, acrescentando que é falso que haja motins, como agora se encontra com a cumplicidade das transnacionais e das plataformas digitais, que violam as regras de sua comunidade e espalham mensagens de ódio e mentiras.

Trabalhadores da embaixada

Foto: Embacuba Francia.

Na madrugada do dia 27 de julho, após a sede diplomática de Cuba neste país europeu ter sofrido este atentado, e mesmo com a efervescência do Dia da Rebelião Nacional, o grupo de trabalhadores da Embaixada das Grandes Antilhas na França reafirmou seu compromisso à Revolução e ao socialismo, seguindo o exemplo de Fidel, Raúl e da Geração Centenária.

Numerosas personalidades, instituições e pessoas condenaram o uso do terrorismo para implantar o medo, o ódio e o terror, e ameaçar o projeto sócio-político da nação caribenha.

Instigadores do ódio a Cuba

O governo cubano atribui o atentado “aos herdeiros do ódio e da frustração da máfia anticubana de Miami que, após várias décadas se fazendo passar por pacifista, aparentemente decidiu retornar aos velhos métodos de terror”.

Haveria uma ligação entre o atentado na França e o vandalismo que tomou as ruas da ilha no dia 11 de julho, inspirados na propaganda de ódio consentida pelo governo dos Estados Unidos.

“São os mesmos que incitaram o atentado terrorista contra a Embaixada de Cuba em Washington em 30 de abril de 2020, fato sobre o qual o governo que sanciona o resto do mundo com listas espúrias, ainda mantém silêncio absoluto”, diz o jornalista de CubaSí, M. H. Lagarde.

Cuba, seu governo e instituições têm sido alvo, desde o início da revolução, de 713 atos terroristas organizados, financiados e executados em sua maioria pelos Estados Unidos, que custaram a vida de 3.478 pessoas, ferido 2.099 além do prejuízo econômico de 181 bilhões de dólares.

Personalidades francesas

Diversas personalidades francesas expressaram sua solidariedade com Cuba.

Chamando de incrível e desprezível, o presidente do grupo France Insubmissa na Assembleia Nacional (parlamento), o socialista Jean-Luc Mélenchon, garantiu que o fato é motivado pelo ódio assassino dos Estados Unidos contra Havana. Em uma mensagem em sua conta no Twitter, Mélenchon lembrou que o incidente ocorreu à noite no meio de Paris.

O deputado e presidente do grupo de amizade França-Cuba no corpo legislativo, François Michel Lambert, disse que o ataque ocorreu enquanto diplomáticos e seus filhos estavam dentro do prédio. Em nome do grupo, frisou, denuncio este ato e dou todo o nosso apoio aos nossos amigos.

Fabien Roussel, secretário nacional do Partido Comunista Francês, classificou o ataque como odioso. “Enquanto o povo cubano sofre o bloqueio imposto pelos Estados Unidos, a diplomacia está sob ataque”, disse Roussel ao expressar sua solidariedade.

“Denunciamos veementemente o vil ataque terrorista perpetrado contra a embaixada cubana em Paris esta manhã”, disse o jornalista e cientista político espanhol-francês Ignacio Ramonet.

“Os autores do material atiraram vários coquetéis molotov contra a fachada do prédio. Os autores intelectuais são os que lançam constantemente slogans irresponsáveis ​​de violência e ódio contra as autoridades cubanas e a revolução. Deixe Cuba viver! Abaixo o bloqueio! Viva Fidel!”, Ramonet acrescentou em seu perfil no Facebook.

O embaixador cubano, Elio Rodríguez, destacou as múltiplas mensagens de apoio e solidariedade recebidas de representantes políticos, intelectuais, sindicalistas, trabalhadores solidários e cubanos residentes na França.

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