E agora, que fazer?

As elites que articularam o golpe contra a presidente Dilma, agora se somam ao movimento Fora Bolsonaro, com vistas na construcao de uma 3° via para 2022

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A elite brasileira utilizando seus poderosos instrumentos, a mídia hegemônica, o Judiciário, a alta cúpula das Forças Armadas, os partidos de direita e o Centrão, apoiada por parte da classe média e até setores populares, conseguiram forjar um crime e derrubar uma presidente eleita. O mote era o “combate” à corrupção, mas no lugar colocaram o então vice, Michel Temer, cercado de suspeitas de corrupção. A promessa era, após “acabar com a corrupção”, fazer o Brasil crescer. Mas o PIB que crescia a mais de 3%, ficou abaixo ou em torno de 1%, durante os quase três anos do governo Temer.

Para interromper o ciclo de governos democráticos e populares e tentar impedir que voltassem, foi montada uma farsa intitulada de “Operação Lava Jato” e sob comando de um juiz parcial, conseguiram criminalizar o principal líder da oposição, impedindo-o de concorrer, o trancafiaram por 580 dias na cadeia. O caminho estava pavimentado para eleger o candidato das forças conservadoras, reacionárias, da ciranda financeira dos bancos, pró mercado.

Só que a realidade lhes foi adversa. Mesmo não sendo o preferido aceitaram, apoiar um inexpressivo deputado, outrora defenestrado do Exército por tentativa de atos terroristas, conhecido dos que acompanham a política como um aloprado e ferrenho defensor das milícias no Rio de Janeiro.

Em menos de três anos Bolsonaro fez explodir o desemprego, a volta da inflação que mais que dobrou os preços dos combustíveis, elevou severamente os preços dos alimentos, e pior, promoveu grave destruição da educação, do meio ambiente, da cultura, e de outros setores.

Mas o seu mais triste legado está na área da saúde, que por descaso total e ações completamente contrárias à ciência e ao bom censo, deixa rastro macabro que já contabiliza mais de 500 mil mortes, cerca de 20 milhões de infectados, inúmeros incapacitados ou lesionados.

Felizmente, a oposição e uma parcela descontentes que oscilavam entre apoiar ou não o governo, conseguiram aprovar uma CPI e apurar inúmeras irregularidades na área da saúde, entre elas fortes indícios de corrupção envolvendo líderes do governo e possivelmente o próprio Bolsonaro.

Percebendo o risco que corre, e o resultado desfavorável das pesquisas, Bolsonaro não mais governa, prioriza ainda mais a campanha que sempre teve objetivo de golpear a democracia e mantê-lo a qualquer custo no poder. Mas esse desespero não é só de Bolsonaro. A velha elite que jamais aceitou ficar fora do poder não sabe agora o que faz com o fruto do ovo da serpente que chocou.

Desesperadamente, também ela juntamente com setores da direita, do centro e falsos opositores buscam diuturnamente uma tal 3ª via, porque sentem que se o pleito for entre Bolsonaro e Lula, este último pode levar no 1º turno.

Não se surpreendam se a mesma elite que apoiou o “mito”, vista suas roupas de cordeiro e venha somar às oposições para retirar Bolsonaro do poder. O objetivo não será outro senão a busca de um outro candidato, da tal 3ª via, para tentar novamente barrar a volta dos setores populares à Presidência da República do Brasil.

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