Deputada repudia exclusão de metade do acervo da Fundação Palmares
Confira a repercussão da censura ideológica a livros do acervo da Fundação Palmares.
Publicado 15/06/2021 23:03 | Editado 15/06/2021 23:04
A presidente da Comissão de Cultura, deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), usou suas redes sociais nesta segunda-feira (14) para repudiar o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, pela exclusão de obras do acervo da instituição. Vários outros parlamentares e personalidades criticaram a medida considerada censura.
“O presidente da Fundação alega que a maioria das obras é pautada nas ‘revoluções marxistas’. Na lista de exclusão, além das obras de Karl Marx, estão outros importantes pensadores. Isso é um delírio ideológico de Sérgio Camargo. Todo nosso repúdio!”, afirmou.
Na última sexta-feira (11), a Fundação publicou um relatório intitulado “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista”. Segundo o documento, o acervo da Fundação Palmares conta com 9.565 títulos, dos quais 46% são de temática negra, enquanto 54% abordam outros temas.
Segundo o relatório, o acervo da instituição é “defasado e brutalmente parcial, uma vez que totalmente engajado nas lutas da esquerda e completamente alheio à realidade do negro brasileiro”.
Além de obras de Marx, Engels e Lênin, a lista do expurgo de livros contém títulos de autores como Max Weber, Eric Hobsbawn, H. G. Wells, Celso Furtado, Marco Antônio Villa.
Os livros, segundo o documento, serão doados.
Confira a repercussão da medida da direção da Fundação Palmares:
O cenário da Fundação Palmares é de crise e de absoluto negligenciamento com o papel da instituição e seu acervo. O ministro precisa dar os devidos esclarecimentos.
— Alice Portugal (@Alice_Portugal) June 15, 2021
Hoje também aprovamos na Comissão de Cultura o comparecimento do ministro do Turismo, Gilson Machado, p/ prestar esclarecimentos sobre a Fundação Palmares e a Secretaria Especial de Cultura, ambas vinculadas à pasta. O requerimento aprovado é de autoria de @dasilvabenedita
(+)— Alice Portugal (@Alice_Portugal) June 15, 2021
É Marco Frenette, ex-assessor de Roberto Alvim, demitido do cargo de secretário da Cultura por apologia ao nazismo inspirado em Goebles, que faz o filtro da Fundação Palmares para retirar livros do acervo. Alguns acusados de “vitimismo”. Que paradoxo interessante… Trevas!
— Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubens) June 11, 2021
O Sérgio Camargo está num delírio ideológico ao alegar que esses milhares de livros são subversivos, inadequados e trazem viés marxista. Quero chamar a atenção para o perigo disso. Perseguir livros em pleno século XXI remete aos períodos mais duros e sombrios da humanidade. pic.twitter.com/8xk22bksjy
— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) June 15, 2021
“Três décadas de dominação marxista na Fundação Cultural Palmares” é o título do relatório q orientou a dispensa de 5.300 livros do acervo da instituição.
Esse marxismo cultural… tsc, tsc… Colocando as pessoas para lerem até Câmara Cascudo. Onde o país vai parar desse jeito?
— Fábio Palácio (@_FabioPalacio) June 15, 2021
A coluna do @caio_barbieri repercute aprovação na Comissão de Cultura de diligência para averiguar as instalações da Fundação Palmares. O acervo histórico e institucional está em risco e nós vamos agir p/ impedir um crime contra a memória do povo negro. https://t.co/rzGhfg5jJg
— Erika Kokay (@erikakokay) June 15, 2021
A Fundação Cultural Palmares – criada em 1988, para a preservação e promoção dos valores culturais e históricos da população negra do Brasil, contra a secular discriminação e o racismo estrutural -está sob ataque.
+??— Chico Alencar (@chico_psol) June 14, 2021
Com informações da Liderança do PCdoB na Câmara