Crise de energia afetará inflação e alimentos, admite presidente do BC
Roberto Campos Neto sinalizou ainda que movimento inflacionário pode levar a aumento de juros.
Publicado 02/06/2021 16:15 | Editado 02/06/2021 16:16
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu nesta quarta-feira (2) que a crise hídrica, com impactos na geração de energia, afetará a inflação e fará subir inclusive o preço dos alimentos. Campos Neto deu as declarações em videoconferência promovida pelo Bank for International Settlements (BIS, o banco central dos bancos centrais).
“Estamos falando, de novo, de crise de energia (no Brasil), porque não está chovendo o suficiente. E isso tem efeito na inflação, no preço dos alimentos, em tudo o que fazemos, e está muito ligado ao nosso mandato”, afirmou o presidente do BC. As informações foram publicadas pelo Correio Braziliense.
Campos Neto reconheceu que a crise hídrica deverá afetar a política monetária do Banco Central. “Os choques (inflacionários por conta da crise hídrica) devem ter impacto, inclusive, na taxa de juros neutra. E quando olhamos para o mercado de crédito, ele também é contaminado”, afirmou.
Em entrevista ao Portal Vermelho, o diretor da Associação de Engenheiros e Técnicos da Eletrobras (Aesel), Ikaro Chaves, afirmou que o risco de apagão é “real” e denunciou a falta de investimentos no setor elétrico. O cenário deve se agravar se a estatal de fato for privatizada.