Com 63.222 doentes por dia, Fiocruz alerta para agravamento pandêmico
Em 24 horas foram registrados 2.245 óbitos. Mais de 456,6 mil pessoas já perderam a vida por covid-19 no Brasil. Casos confirmados da doença passam de 16,3 milhões.
Publicado 27/05/2021 21:20
Desde o início da pandemia de covid-19, 456.674 pessoas perderam a vida para a doença no Brasil. Entre ontem e hoje, foram registrados 2.245 óbitos – ontem, o número estava em 454.429.
Na semana encerrada em 22 de maio analisada pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a mortalidade causada pela doença se estabilizou em torno de 1,9 mil vítimas diárias. O patamar representa uma redução em relação ao mês de abril, mas é quase duas vezes maior que o primeiro pico da pandemia em 2020.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.766 –a menor desde o dia 12 de março (quando estava em 1.761). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -8% e indica tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes do vírus.
Ainda há 3.759 mortes em investigação. O termo é empregado pelas autoridades de saúde para designar casos em que um paciente morre, mas a causa continua sendo apurada mesmo após a declaração do óbito.
Segundo pesquisadores da Fiocruz, houve aumento da taxa que mede a quantidade de novas infecções, o que se soma a altos patamares de testes positivos para o diagnóstico da doença e pode se refletir em crescimento dos óbitos em até duas semanas.
Para evitar que a doença faça mais vítimas, a Fiocruz recomenda às autoridades a manutenção de restrições de eventos de massa e atividades que promovam a interação e infecção de grupos suscetíveis, a intensificação de ações de vigilância em saúde e outras ações, como o reforço de estratégias de testagem, a vigilância genética das cepas e o controle de voos internacionais.
“Simultaneamente são necessárias medidas de preparação do sistema de saúde, desde a sincronização com a atenção primária em saúde, até a organização da média e alta complexidade, incluindo a oferta de leitos clínicos e unidades de tratamento intensivo (UTIs) Covid-19 e garantia da oferta de insumos”.
Já o total de pessoas infectadas desde o início da pandemia chegou a 16.342.162. Nas últimas 24 horas, foram confirmados 67.467 casos de covid-19. Ontem, o painel de informações do Ministério da Saúde trazia 16.274.695 casos acumulados. O país tem ainda 1.099.196 casos ativos, em acompanhamento.
A média móvel nos últimos 7 dias foi de 63.222 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +2% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade também nos diagnósticos.
O número de pessoas que pegaram covid-19, mas se recuperaram totalizou 14.786.292, o que corresponde a 90,5% do total de pessoas infectadas com o vírus. Os dados são no balanço diário do Ministério da Saúde sobre a pandemia, que foi divulgado na noite desta quinta-feira (26). A atualização é produzida com base em informações disponibilizadas pelas secretarias estaduais de Saúde.
Os números são em geral mais baixos aos domingos e segundas-feiras em razão da menor quantidade de funcionários das equipes de saúde para fazer a alimentação dos dados. Já às terças-feiras os resultados tendem a ser maiores pelo envio dos dados acumulados.
Estados
Entre os estados com maior número de mortes por covid-19, o primeiro é São Paulo, com 109.850. Em seguida, vêm Rio de Janeiro, com 50.125; Minas Gerais, com 39.784; Rio Grande do Sul, com 27.868; e Paraná, com 25.966.
Já na parte de baixo da lista, com menos vidas perdidas para a pandemia, estão Roraima, com 1.612 óbitos; Acre, com 1.652; Amapá, com 1.683; Tocantins, com 2.825; e Alagoas, com 4.679.
Seis estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. A soma do total de vítimas destes locais (1.508) representa mais do que a metade do total de mortes no país: São Paulo – 609; Minas Gerais – 244; Rio de Janeiro – 226; Paraná – 187; Bahia – 130; Rio Grande do Sul – 112. Por outro lado, o Acre e Roraima não registraram nenhuma morte.
Um dos seis estados foi o Rio de Janeiro, que ultrapassou as 50 mil mortes desde o começo da pandemia com o registro de 226 óbitos nas últimas 24 horas. Apenas São Paulo, com 109.850, tem mais mortos que o Rio de Janeiro.
Quatro estados apresentam aceleração de mortes: MS, PB, AP, MA. Os demais se dividem entre estabilidade (SC, AL, PR, TO, MG, PE, SP, BA, CE, RS, SE) e desaceleração (PI, ES, RO, RN, MT, GO, PA, RR, RJ, DF, AC, AM).
Leitos de UTI
O cenário de alerta também se apresenta na análise da ocupação dos leitos de UTI, já que os pesquisadores identificaram que a tendência de queda no número de internados desde o segundo pico da pandemia foi interrompida.
O boletim chama atenção para a situação preocupante da Região Nordeste, onde Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Sergipe mantém taxas de ocupação perto de 100%.
Paraná (96%) e Santa Catarina (95%) também apresentam percentuais perto de 100% na ocupação, enquanto o Rio Grande do Sul (79%), em tendência de crescimento, se aproxima da zona de alerta crítico.
Entre as capitais, 20 apresentam ocupação de UTIs acima de 80%: São Luís (95%), Teresina (estimado em torno de 95%), Fortaleza (92%), Natal (96%), Maceió (91%), Aracaju (99%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (96%), Campo Grande (97%), Brasília (96%).
O boletim analisa que tem se mostrado insuficiente e pouco sustentável a opção frequentemente escolhida por gestores “de somente reagir à expansão da pandemia e relaxar medidas frente a sinais de melhora dos indicadores”.
Vacinação: 10,22%
O Brasil já vacinou quase 44 milhões de pessoas com a primeira dose de vacinas contra Covid, segundo novo balanço do consórcio de veículos de imprensa, consolidados às 20h desta quinta-feira (27). São 43.936.007 primeiras doses aplicadas, o que corresponde a 20,75% da população do país.
Já a segunda dose foi aplicada em 21.634.953 pessoas, o que equivale a 10,22% da população do país.
Somando a primeira e a segunda doses, já são 65.570.960 imunizantes aplicados desde o começo da vacinação, em janeiro.
De ontem para hoje, a primeira dose foi aplicada em 440.570 pessoas e a segunda dose em 191.683, com um total de 632.253 doses aplicadas neste intervalo.