Vacina: mundo precisa de 28,5 bilhões de doses para vencer pandemia
Neste ano, entre 10 e 15 bilhões de doses devem ser aplicadas até dezembro
Publicado 18/05/2021 20:02
Um estudo publicado nesta terça-feira (18) pelo jornal Financial Times estima que o mundo precisará de cerca de 28,5 bilhões de doses de vacinas anti-Covid-19 para acabar com a pandemia até 2023. Conforme a pesquisa, elaborada pela Deutsche Post DHL – uma das maiores empresas de logística do mundo –, somente uma vacinação nessa escala ajudaria a diminuir a propagação de variantes do vírus e vencer, em definitivo, a crise sanitária global.
Até agora, 1,5 bilhão de doses de vacinas foram aplicadas em todo o mundo. O estudo prevê que, neste ano, entre 10 e 15 bilhões de doses devem ser aplicadas até dezembro. Porém, para manter as taxas de infecções baixas em todo o mundo, a pesquisa sugere que entre 7 e 9 bilhões de doses a mais devem ser distribuídas em 2022 e em 2023.
Na avaliação da DHL, se as fabricantes cumprirem as metas de produção neste ano, haverá doses suficientes para garantir a imunidade de rebanho global. Segundo o estudo, as empresas farmacêuticas disseram que podem produzir 10 bilhões de doses de vacinas já aprovadas pelo menos em um país. Outras 5 bilhões de doses poderão ser disponibilizadas se os imunizantes em fase de testes clínicos receberem aprovação das agências reguladoras ainda em 2021.
O mundo precisará de entre 7 e 9 bilhões de doses extras, anualmente, para aplicar vacinas de reforço entre os já imunizados, para proteger novos grupos etários. É o caso de adolescentes com mais de 12 anos. O número também leva em conta a vacinação daqueles que, anteriormente, não quiseram receber as vacinas.
No entanto, o estudo destaca que ainda é extremamente incerto se as fabricantes poderão aumentar a produção com rapidez suficiente. Também não se sabe quantas doses de reforço serão necessárias para manter a proteção da população em níveis suficientemente altos conforme surgem novas variantes do vírus.
Para Thomas Ellmann, vice-presidente de Ciências da Vida e Saúde da DHL, a capacidade de produção de vacinas está aumentando “drasticamente” a cada semestre. No entanto, ele alertou que a situação pode mudar com rapidez, citando o caso da Índia, que vive uma segunda onda de casos, turbinada pelo surgimento de uma nova variante do vírus. Segundo Ellmann, o país deixou de exportar vacinas, prejudicando os esforços de distribuição global dos imunizantes em um curto espaço de tempo.
Com informações do Valor Econômico