Lula vence Bolsonaro com folga no 1º e no 2º turnos, diz Datafolha
No segundo turno, vantagem de Lula sobre Bolsonaro seria esmagadora: 55% a 32%
Publicado 12/05/2021 18:55

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria com folga o atual presidente, Jair Bolsonaro, se a eleição para o Planalto ocorresse hoje. Conforme pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (12), Lula tem 41% das intenções de voto no primeiro turno, e Bolsonaro, 23%.
Eles são seguidos pelos ex-ministros Sergio Moro (7%) e Ciro Gomes (PDT, 6%), pelo apresentador da TV Globo Luciano Huck (4%), pelo governador paulista, João Doria (PSDB, 3%), pelo também ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM, 2%) e pelo empresário João Amoêdo (Novo, 2%). Além disso, 9% dizem que votarão em branco ou nulo, e 4% estão indecisos.
No segundo turno, Lula venceria Bolsonaro de forma esmagadora: 55% a 32%. Segundo o Datafolha, o petista receberia a maioria dos votos dados não só a Ciro – mas também a Doria e Huck. Já o presidente, às voltas com a CPI da Covid-19, herdaria a maior fatia dos votos endereçados inicialmente a Moro.
Lula também venceria o ex-juiz por uma diferença semelhante (53% a 33%) e teria uma vantagem ainda maior contra Doria (57% a 21%). Já Bolsonaro empataria tecnicamente com Doria (39% e 40%) e perderia para Ciro (36% a 48%).
É a primeira pesquisa do Datafolha feita desde que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou as condenações judiciais do petista, com a justificativa de que a Justiça Federal em Curitiba não era o foro competente para as ações. A decisão de Fachin, referendada pelo plenário do STF, deu a Lula outra vitória relacionada à Lava Jato: o reconhecimento de que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial ao condenar o petista no caso do tríplex de Guarujá (SP).
A pesquisa também aponta Lula com índices superiores de intenção de voto em segmentos de menor renda e escolaridade. No primeiro turno, o ex-presidente marca 51% entre os que declaram ter ensino fundamental e 47% na faixa de renda familiar de até dois salários mínimos mensais. Seu índice cai a 30% nos que têm curso superior e a 18% no estrato com renda maior que dez salários mínimos. No Nordeste, seu maior reduto eleitoral, ele atinge 56%.
Bolsonaro, por sua vez, vive um momento de abalo em sua imagem, em razão da criticada gestão da pandemia, que é objeto de uma CPI no Senado. Ele tem 36% das intenções de voto entre os que declaram estar vivendo normalmente, mesmo com a pandemia, em empate técnico com Lula (33%). Na outra ponta, aqueles que dizem estar totalmente isolados apoiam Lula de forma maciça (58%), contra apenas 8% dados a Bolsonaro.
O presidente tem mais apoio do que a média entre os homens (29%), os eleitores que têm ensino médio (26%) e os de renda de 5 a 10 salários mínimos (30%). Embora perca para Lula em todas as regiões, Bolsonaro tem melhor desempenho (28%) no Sul e no Centro-Oeste/Norte, nas quais é forte o agronegócio, uma de suas grandes bases de apoio. Em evangélicos, Bolsonaro tem 34%, e Lula, 35%.
Bolsonaro sofre os efeitos do aumento do desemprego e da inflação, sobretudo a de alimentos. Entre os que receberam o auxílio emergencial, 22% declaram intenção de voto bolsonarista, o que não destoa da média geral aferida pelo instituto. Entre os que se declaram desempregados à procura de trabalho, Bolsonaro tem apenas 16% das intenções de voto. O único estrato profissional em que ele lidera é o dos empresários, com 49% contra 26% de Lula.
Para se reeleger, Bolsonaro também terá de enfrentar um alto índice de rejeição, que ultrapassa metade do eleitorado e poderá ser um complicador, especialmente em um segundo turno. Dentre os entrevistados, 54% dizem que jamais votariam nele. A rejeição de Lula é a segunda maior, com 36%, seguida pelas de Doria (30%), Huck (29%), Moro (26%) e Ciro (24%).
A pesquisa Datafolha ouviu 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios de todas as regiões do País, nos dias 11 e 12 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Com informações da Agência Folha