Pazuello alega contato com infectados para não depor na CPI da Covid

A informação é do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que não informou se o ex-ministro fará depoimento de forma remota

O ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello (Foto: Reprodução)

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello avisou aos senadores da CPI da Covid que não pode depor nesta quarta-feira (5) por que teve contato com duas pessoas que testaram positivo para o coronavírus. A informação é do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que não informou se o ex-ministro fará depoimento de forma remota.

Nesta terça-feira (4), a CPI ouve os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ambos demitidos do cargo por não concordarem com as orientações anticientíficas do presidente.

Pazuello é um dos depoimentos mais esperados e preocupa o governo Bolsonaro. Segundo informou a imprensa, o ex-ministro está sendo treinado pelo Planalto para evitar que complique ainda mais a situação do presidente.

Ele ficou conhecido por cumprir à risca as determinações de Bolsonaro. “É simples assim: um manda e o outro obedece”, disse ele ao lado do presidente no dia 21 de outubro do ano passado.

Bolsonaro havia desautorizado Pazuello e mandou cancelar o protocolo de intenções de compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, anunciado no dia anterior pelo ministro em uma reunião com governadores.

Bolsonaro agiu para retaliar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adversário político que apostou todas as suas fichas na CoronaVac, que é produzida em parceria entre o Instituto Butantan, de São Paulo, e pela farmacêutica chinesa Sinovac.

“Não compraremos a vacina da China”, escreveu o presidente em uma rede social. Atualmente, o Butantan já entregou 37,2 milhões de doses da CoronaVac para o Plano Nacional de Imunização (PNI), o que corresponde a 80,8% do total previsto no primeiro contrato com o Ministério da Saúde.

Na quinta-feira (6) depõem o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.

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